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Reveillon comunitário no asfalto. Feliz 2015!

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Talvez seja tarde demais para lhe contar como passei meu Reveillon, mas pode ser uma ideia precoce para o próximo ou para qualquer data enfadonha que nos faz querer se isolar do mundo.

Neste ano a ideia era ficarmos quietos em casa, Marcos e eu, já que não viajamos e nossa filha Ananda estava na praia.

Mas minha amiga Mônica disse que queria passar com a gente e foi aí que tive a ideia de fazer, então, um picnic de passagem, porque se passar em casa a é ficar no sossego, em três é sem-graça e eu adorei que ela nos deu a deferência. Vamos juntar mais gente, então. A ideia foi crescendo, convidei os vizinhos de muro Ana e José Antônio, que toparam na hora, e mais gente, sozinha ou acompanhada, e ainda outros vizinhos foram se juntando.  Pensamos antes numa praça, mas seria muito mais prático fazer na rua atrás de casa, afinal poderíamos dispor de banheiros e teríamos a facilidade para carregar mesas e cadeiras. O estacionamento do clube ficaria vazio e pedimos para montar nossas mesas ali. Não só permitiram, como deixaram as luzes acesas pra gente. A maioria vestiu branco - foi nosso jantar em branco tupiniquim - e todos trouxeram comidas e bebidas que ficaram numa grande mesa. Claro, apareceram ali pratos não-convencionais como jaca verde com guasca, lentilha com guasca, caroços de jaca condimentados, curry de manga verde,  refresco de hibisco, suco de manga verde etc. Uma mesona sem fim com muita sobra de comida para o outro dia.

Até enfeite havia.  A Ana levou flores e tochas e eu levei velas e as estrelas que achamos numa caçamba. No final, muitos outros vizinhos também foram chegando de última hora. À meia noite, sem arrombos de felicidade forçada, tivemos abraços e até fogos que, para infelicidade da Dendê, dos passarinhos e todos os bichos, alguém soltou numa praça próxima. Sorte que não duraram muito e eram bonitos.

Achei este um bom modelo de reveillon ou qualquer comemoração, pois quem estava sozinho passou acompanhado, quem queria sossego também encontrou,  ninguém precisou pensar muito em cardápio variado, que se fez naturalmente, e parece que todo mundo se divertiu, bebeu sem exageros, tomou umas cinco gotas de chuva,  que só vieram para refrescar, e ainda teve ânimo para lavar a louça, dividir as comidas e bebidas e ir embora alegre para começar um ano bom sem ressacas. Os vizinhos gostaram tanto da experiência que já estão pensando no próximo encontro mesas-na-rua mesmo antes do fim do ano.

Algumas pessoas presentes, conheci através do Come-se e sei que entre os leitores do blog estão muitos outros amigos com quem já tive o privilégio de estar pessoalmente e tantos outros que um dia hei de conhecer. Por isto, espero que 2015 seja um ano em que eu tenha mais tempo para me dedicar aos leitores, seja mostrando algo que lhes seja útil ou respondendo aos comentários que muitas vezes apenas tenho tempo de ler (sim, pelo menos eu leio todos).

Por fim, desejo que todos tenham muita saúde para ir atrás de seus desejos e felicidades.

Aqui, mais fotos:





Minha irmã Suzana, em primeiro plano.




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