Aproveitando agora que temos mandioca no sítio, posso começar a explorar a raiz. Cercamos um pedaço com alambrado para podermos plantar espécies que o javali não deixava sobrar, como batata doce, milho, mandioca.
Tenho aqui um post antigo sobre mandioca até chegar ao polvilho. Desta vez, porém, queria trabalhar mais com a carimã ou massa puba. Então, o que fiz foi usar uma parte para fazer polvilho, tucupi e ainda reserver as fibras pra bolo e beiju.
Outra parte deixei imersa em água para amolecer (pubar) e fazer farinha de carimã - outro nome para puba.
E ainda uma terceira parte, fatiei fininho e deixei secando para fazer farinha de raspa ou cassava flour, sobre a qual já falei aqui. Comecei o processo num sábado, lá no sítio, e terminei uma semana depois, com tudo pronto e seco, pronto para fazer algumas receitas.
Este é o Daniel, caseiro da chácara, arrancando as mandiocas (da mansa, dessas que a gente compra no mercado para cozinhar, chamadas também de aipim ou macaxeira). |
Temos desses dois tipos - uma mais branca, outra mais amarelada - usei as duas |
Para puba/ carimã e farinha de carimã: lavei bem e descasquei |
Lavei bem e cobri com água. Ia deixar neste recipiente, mas achei melhor passar para uma grande panela de barro |
Aquela mandioca amolecida foi passada por peneira (dessas de construção, usada só para isto) para tirar fiapos e pavios. A massa foi esporemida em saco de pano, esmigalhada e colocada pra secar |
Depois de totalmente seca, foi triturada no liquidificador e ficou fininha |
Com a massa ainda úmida, dá pra fazer "Grolado". Basta colocar manteiga na frigideira, juntar a massa esmigalhada e ir mexendo até ficar cozido e translúcido |
Pra deixar o grolado com cara de baião de dois, juntei feijão, queijo, temperos. |
Bolo com a massa fresca, coco, erva doce - usei a mesma receita que já dei aqui - só que assado na chapa, embalado em folha de bananeira. |
Bem dourado! Nhac! |
Polvilho . Goma . Fécula
A polpa ralada escorrendo. Depois ainda se espreme no pano pra ficar mais enxuta. |
Mandioca ralada e espremida (se fosse fazer farinha de mesa, estaria no ponto para ir ao tacho. |
O líquido escorrido é a manipueira que vai descansar para decantar a goma que vai virar polvilho. O líquido fermentado, fervido com temperos vai virar tucupi |
Tucupi: o caldo deixado para fermentar de um dia para outro em temperatura ambiente e fervido com pimenta, alfavaca, alho, pimenta de cheiro, coentrão. |
O tucupi - conserva-se por muitos dias na geladeira (acho que até um mês) |
Escorrendo o líquido, sobra um sedimentado como gesso molhado. Basta tirar os torrões e colocar para secar ao sol. |
Vai ficar assim. Basta esmigalhar bem e passar por peneira. Depois de bem seco, pode ser guardado e reidratado quando quiser fazer beiju de tapioca |
A polpa espremida da foto acima pode ser usada para fazer beiju na frigideira ou na folha - basta temperar com sal e espalhar na frigideira pra cozinhar dos dois lados |
Vai ficar assim o beiju |
Rolinho no vapor |
Farinha de raspa . Cassava flour
A mandioca fresca lavada, fatiada e deixada no sol para secar |
Quando as fatias estiverem bem secas e crocantes, basta bater no liquidificador pra triturar bem até virar pó. |
Fica assim. Tem que estar bem seca para guardar. Já falei dela aqui. |
Nhac! |
Para a massa de beiju ou tortilla: 1 xícara de farinha de raspa, 1/2 xícara de água fervente, sal a gosto. Misture bem, divida em bolas de 50 g, abra e cozinha em chapa quente dos dois lados. |
Beiju ou tortilla de farinha de raspa ou cassava flour. |
Faltou o recheio |
Ainda teve coaba: mandioca bem cozida e deixada a fermentar por uns 3 dias com sua água. Toma como um mingau ácido. |
E FIM! (Tudo secando: polvilho, farinha de carimã, farinha de raspa) |