Quando compramos o sítio em Piracaia eu dizia pra todo mundo que no dia em que conseguisse tirar de lá mamão, limão e banana eu já me daria por muito feliz.
E foi assim. Quando pensamos em vender o sítio, ainda não havia chegado a este ponto e estávamos desanimados. À medida em que íamos mostrando o lugar para pessoas interessadas ia nascendo um limãozinho ali, um mamão caipira acolá e as bananas se insinuavam. A cada passeio para mostrar, éramos nós os convencidos dos nossos próprios argumentos e olhares. Não sei se foi coincidência, mas quando decidimos ficar com ele já tínhamos bananas, limões de vários tipos e mamões caipiras deliciosos.
Agora a gente se depara com o problema mais delicioso de resolver do mundo. O que fazer com tanta banana que amadurece de uma só vez? Claro, a gente pode ficar com um pouco, distribuir o resto, mas também precisamos pensar que não é toda hora que temos um cacho de bananas. Neste ponto, o designer bem que poderia ter pensado numa planta que desse frutos em pencas de doze e não em cachos de centenas. Mas tudo bem, a gente se vira para ter banana na entressafra, contanto com um cacho desses de tempos em tempos.
Marcos cortou as bananas individualmente porque são mais fáceis para lidar. Já fiz o teste, acho que aqui no blog mesmo publiquei, e a grande vantagem deste método é que as bananas cicatrizam no cabinho e não se quebram à medida que amadurecem. Quando estão ligadas à pensa, elas vão amadurecendo, os cabinhos rompem do lado mais fraco que é do lado do fruto, deixando-o exposto, atraindo drosófilas e estragando mais rapidamente. Assim, o cabinho fica junto com a banana até o fim, sem partes frescas expostas, sem atrair mosquitos, e a fruta fica intacta o tempo todo.
Mas com tanta banana, claro, dá pra começar usando parte dela ainda verde. E aí surgem nhoques, sopas, purês e pães, só pra citar alguns usos para a tal da biomassa - não gosto deste nome, prefiro "banana verde". Para o Pancnacity, fiz o purê no último encontro e ficou muito bom. Juntei taioba, jambu, manteiga, cúrcuma, limão e um tico de açúcar, só para equilibrar. Já fiz um outro aqui também. A receita, dou no final da postagem.
Por enquanto, vou falar da banana congelada. Apesar de as bananas separadas individualmente ficarem super fáceis de transportar, ainda precisamos guardá-las para a entressafra. E apesar de já ter congelado bananas descascadas - recomenda-se pincelar com limão para não oxidar -, resolvi congelar com a casca mesmo, afinal não há embalagem mais perfeita (aí, sim, palmas para o designer). É só lavar e levar ao freezer. Na hora de usar, basta esperar uns 5 minutos, cortar em rodelas e tirar as cascas - que ficam mais aderidas à polpa, mas saem com facilidade quando em rodelas. Outro jeito de usar é cobrir com água e cozinhar inteira por poucos minutos para servir com mel ou melado.
Congeladas assim, ficam branquinhas. Claro, desde que tenham sido congeladas em estágio de maturação em que os frutos estejam bem íntegros, macios, porém firmes. Se já prevê que as bananas vão amadurecer, não deixe que amoleçam demais para congelar. Assim, terá bananas bem branquinhas, nada oxidadas. E você pega quantas quiser, economiza embalagem, enfia em qualquer buraquinho do freezer (sempre bem lavadas, diga-se).
Testei fazê-la cozida e ficou ótima. Testei bater na vitamina e parece fresca. E na frigideira fiz um doce com manteiga e açúcar que cobri com massa firme de bolo - assei com a frigideira, tipo omeleteira, fechada, e também deu certo - só poderia ter dourado um pouco menos as rodelas antes de ter despejado a massa. Mesmo assim, ficou delicioso.
Então, é isto. Banana pode ser congelada com casca.
Agora, a receita do purê:
Purê de banana verde com taioba
10 bananas verdes
1 folha grande de taioba cozida e espremida
2 xícaras de leite de coco
4 colheres (sopa) de manteiga
1 cebola picada finamente
2 colheres (chá) de cúrcuma
1 colher (chá) de grãos de cominho ligeiramente tostados e triturados
1/2 colher (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de suco de limão
2 colheres (chá) de sal
Lave as bananas, coloque em panela de pressão, cubra com água e cozinhe por cerca de meia hora ou até que as cascas comecem a se abrir. Espete com garfo e confirme se estão bem macias. Descasque ainda quente e bata no processador ou com freezer até ficar com textura bem homogênea. Junte a folha de taioba e bata mais. Junte, aos poucos, 2 xícaras de leite de coco (se estiver usando o processador, talvez tenha que fazer isto em duas etapas.
Numa panela, aqueça a manteiga e doure a cebola, até que fique bem caramelizada. Junte a cúrcuma e o cominho, misture e acrescente o purê e os outros ingredientes. Misture bem. Deixe no fogo, sempre mexendo, até ficar bem quente, se soltando do fundo da panela. Se estiver muito grosso, junte água, leite ou mais leite de coco para corrigir a consistência. Prove o tempero e corrija, se necessário.
Na hora de servir, se quiser, aqueça um pouco de manteiga e junte alguma erva, como guasca ou jambu, previamente aferventada e espremida. Espalhe sobre o purê, só para dar um tcham. E nhac, com feijões, saladas, carnes.
Rende: de 8 a 10 porções
E foi assim. Quando pensamos em vender o sítio, ainda não havia chegado a este ponto e estávamos desanimados. À medida em que íamos mostrando o lugar para pessoas interessadas ia nascendo um limãozinho ali, um mamão caipira acolá e as bananas se insinuavam. A cada passeio para mostrar, éramos nós os convencidos dos nossos próprios argumentos e olhares. Não sei se foi coincidência, mas quando decidimos ficar com ele já tínhamos bananas, limões de vários tipos e mamões caipiras deliciosos.
Agora a gente se depara com o problema mais delicioso de resolver do mundo. O que fazer com tanta banana que amadurece de uma só vez? Claro, a gente pode ficar com um pouco, distribuir o resto, mas também precisamos pensar que não é toda hora que temos um cacho de bananas. Neste ponto, o designer bem que poderia ter pensado numa planta que desse frutos em pencas de doze e não em cachos de centenas. Mas tudo bem, a gente se vira para ter banana na entressafra, contanto com um cacho desses de tempos em tempos.
Marcos cortou as bananas individualmente porque são mais fáceis para lidar. Já fiz o teste, acho que aqui no blog mesmo publiquei, e a grande vantagem deste método é que as bananas cicatrizam no cabinho e não se quebram à medida que amadurecem. Quando estão ligadas à pensa, elas vão amadurecendo, os cabinhos rompem do lado mais fraco que é do lado do fruto, deixando-o exposto, atraindo drosófilas e estragando mais rapidamente. Assim, o cabinho fica junto com a banana até o fim, sem partes frescas expostas, sem atrair mosquitos, e a fruta fica intacta o tempo todo.
Mas com tanta banana, claro, dá pra começar usando parte dela ainda verde. E aí surgem nhoques, sopas, purês e pães, só pra citar alguns usos para a tal da biomassa - não gosto deste nome, prefiro "banana verde". Para o Pancnacity, fiz o purê no último encontro e ficou muito bom. Juntei taioba, jambu, manteiga, cúrcuma, limão e um tico de açúcar, só para equilibrar. Já fiz um outro aqui também. A receita, dou no final da postagem.
Por enquanto, vou falar da banana congelada. Apesar de as bananas separadas individualmente ficarem super fáceis de transportar, ainda precisamos guardá-las para a entressafra. E apesar de já ter congelado bananas descascadas - recomenda-se pincelar com limão para não oxidar -, resolvi congelar com a casca mesmo, afinal não há embalagem mais perfeita (aí, sim, palmas para o designer). É só lavar e levar ao freezer. Na hora de usar, basta esperar uns 5 minutos, cortar em rodelas e tirar as cascas - que ficam mais aderidas à polpa, mas saem com facilidade quando em rodelas. Outro jeito de usar é cobrir com água e cozinhar inteira por poucos minutos para servir com mel ou melado.
Congeladas assim, ficam branquinhas. Claro, desde que tenham sido congeladas em estágio de maturação em que os frutos estejam bem íntegros, macios, porém firmes. Se já prevê que as bananas vão amadurecer, não deixe que amoleçam demais para congelar. Assim, terá bananas bem branquinhas, nada oxidadas. E você pega quantas quiser, economiza embalagem, enfia em qualquer buraquinho do freezer (sempre bem lavadas, diga-se).
Testei fazê-la cozida e ficou ótima. Testei bater na vitamina e parece fresca. E na frigideira fiz um doce com manteiga e açúcar que cobri com massa firme de bolo - assei com a frigideira, tipo omeleteira, fechada, e também deu certo - só poderia ter dourado um pouco menos as rodelas antes de ter despejado a massa. Mesmo assim, ficou delicioso.
Então, é isto. Banana pode ser congelada com casca.
Agora, a receita do purê:
Purê de banana verde com taioba
10 bananas verdes
1 folha grande de taioba cozida e espremida
2 xícaras de leite de coco
4 colheres (sopa) de manteiga
1 cebola picada finamente
2 colheres (chá) de cúrcuma
1 colher (chá) de grãos de cominho ligeiramente tostados e triturados
1/2 colher (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de suco de limão
2 colheres (chá) de sal
Lave as bananas, coloque em panela de pressão, cubra com água e cozinhe por cerca de meia hora ou até que as cascas comecem a se abrir. Espete com garfo e confirme se estão bem macias. Descasque ainda quente e bata no processador ou com freezer até ficar com textura bem homogênea. Junte a folha de taioba e bata mais. Junte, aos poucos, 2 xícaras de leite de coco (se estiver usando o processador, talvez tenha que fazer isto em duas etapas.
Numa panela, aqueça a manteiga e doure a cebola, até que fique bem caramelizada. Junte a cúrcuma e o cominho, misture e acrescente o purê e os outros ingredientes. Misture bem. Deixe no fogo, sempre mexendo, até ficar bem quente, se soltando do fundo da panela. Se estiver muito grosso, junte água, leite ou mais leite de coco para corrigir a consistência. Prove o tempero e corrija, se necessário.
Na hora de servir, se quiser, aqueça um pouco de manteiga e junte alguma erva, como guasca ou jambu, previamente aferventada e espremida. Espalhe sobre o purê, só para dar um tcham. E nhac, com feijões, saladas, carnes.
Rende: de 8 a 10 porções