Neste último domingo passamos o dia plantando e colhendo batatas na horta comunitária. Em abril a horta City Lapa completa dois anos (comecei um blog aqui, onde conto tudo o que já passamos:
hortacitylapa ). Já passamos tanto aborrecimento que parece mais. Mas também já vivemos tantas alegrias, que esperamos durar pra sempre. A cada mutirão, a cada colheita, a cada vagem nova, a flor azul, a caixinha de jataí, as flores de sabugueiro. A cada dia temos uma novidade.
Conseguimos passar um ano tranquilo a não ser pelo caminho das pedras. É que fizeram uma rotatória em frente à horta, retiraram centenas de paralelepípedos e eu fui pedir alguns para fazer os canteiros. O encarregado deu, fizemos um mutirão pra carregar e uma semana depois a subprefeitura mandou retirar, pois disse que o encarregado não tinha autoridade para ter dado, que aquilo era patrimônio de valor, que só poderia ser usado em espaço público com requisição etc etc. Mesmo tendo escrito para a sub dizendo que eu poderia fazer o requerimento, a resposta foi curta e grossa: os homens vão tirar. Fizeram o trabalho na nossa ausência, pisotearam a horta, tiraram todas. Dois dias de mutirão (um pra carregar e outro para fazer os canteiros) foram perdidos. Mas não desanimamos. Fizemos uma vaquinha, compramos tijolos e colocamos no lugar das pedras. Pronto, sem choro desta vez.
Claro, devem ter denunciado que roubamos as pedras, que não tínhamos autorização e blablablá, como denunciaram que estávamos ocupando espaço público com ervas, invadindo até a calçada com capim santo. O bom foi que a subprefeitura resolveu fazer a calçada que não existia e assim ganhamos até mais espaço. Foi um ano só de alegrias apesar da dificuldade que tivemos para driblar a seca. Com a chegada das chuvas, a horta está uma exuberância só.
Assim que fizeram as calçadas (tudo por causa do capim santo que plantamos no lugar de umas braquiárias altas), deixaram dois canteiros beirando o asfalto com terra pedregosa e vermelha. A primeira coisa que pensamos em fazer para forrar foi plantar muito boldinho e batata-doce. Nem estávamos pensando muito em colher, mas simplesmente forrar a terra. Se colhêssemos seria lucro, pois não afofamos a terra, nem adubamos de forma alguma. As duas espécies resistiram bravamente à seca. E agora achamos que estava na hora de colher as batatas.
Tiramos a rama que saiu como um tapete e as batatas foram aparecendo. A maioria delas, enorme, com cerca de 2 quilos. Colhemos só no canteiro de cima, 35 quilos de batatas. Todas da roxa, raridade. Depois almoçamos aqui em casa um spatzle de batata roxa. E hoje teve pão de batata roxa. Amanhã, certamente outro prato com batata roxa.
Darei depois a receita do que já preparei, pão e spatzle. Por enquanto, fique com as fotos - só para lembrar, deixo aqui foto de como era o espaço antes da nossa ocupação.
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Sem calçamento, as pessoas passavam pela rua |
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Tiramos muito entulho |
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A primeira planta - veja que não havia calçada (alegaram que nós a destruímos) |
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Muita água de reúso de casa para não deixar as plantas morrerem |
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Até o amigo francês, Michel, ajudou a plantar batatas em maio passado |
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Terra de barranco com pedras |
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Batata: quando nasce, espalha a rama pelo chão |
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Uma calçada mais aprazível |
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Hora de colher - calculamos 10 meses |
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As ramas saem como um tapete |
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Olhe a alegria das pessoas |
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35 quilos em 7 metros quadrados |
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Cada bitela de 2 quilos |
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Spatzle de batata doce roxa com muçarela de búfala |
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Pão de batata doce com taro |