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Terra Madre Day: colheita urbana, alimento local

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No ano passado comemorei o Terra Madre Day em Piracaia, com um piquenique. Mas desta vez resolvi voltar àquela celebração que fiz em 2012, quando saímos às ruas para colheita de espécies alimentícias convencionais ou não. Entre as não convencionais, as plantas como beldroega, mentruz, dente-de-leão, pepininho, erva-pepino, serralha, guasca, fruta da pataca,  entre tantas outras. Entre as convencionais,  jaca, manga e pitanga, por exemplo.

Paulo, Eliane, Fernando, eu, Guilherme, Drika e Ana (outros
vieram e já tinham ido embora)
A data, 10 de dezembro,  foi escolhida pelo movimento Slow Food, do qual  faço parte, para incentivar associados e convívios do mundo todo a celebrar a Terra e a reverenciar o alimento que ela nos dá. Por isto, a forma que encontrei de participar foi a de andar pelo bairro reconhecendo as espécies que normalmente nos passam despercebidas.  Simples assim: decidi dois dias antes, convidei as pessoas e pronto, basta andar pelas ruas com cestas, sacolas, máquinas e disposição. Só é triste de ver tantos jardins gramados e calçadas largas e pavimentadas, quando poderiam ter alimentos plantados para abastecer uma família.

Meninos descascaram mangas verdes para o suco e chutney

Meninas desenharam 
Enquanto o encontro de 2012 foi marcado pela cozinha e comilança depois da colheita, desta vez tivemos a participação da Marcela Arantes, artista plástica, que desenhou e incentivou os outros participantes a registrarem o que colhemos. E Guilherme Reis Ranieri, que eu conheci na primeira celebração e virou amigo, agora passou a ser parceiro no reconhecimento, já que ele entende de matinhos muito mais que eu (aliás, se não conhece, visite o blog dele, Matos de Comer).  Depois da colheita pelas ruas ao redor da minha casa, uns desenharam, outros comeram. As pessoas trouxeram comidas para compartilhar e teve até pesto de ora-pro-nobis, trazido pelo Fernando, que é uma ótima pasta verde, boa para rechear ou umedecer sanduíches.

Zona da cozinha. Foto: Drika Bourquim
Embora tenha postado o convite aqui e no instagram, não éramos muitos e só quando estou na minha bagunçada cozinha é que percebo que o número de participantes não pode mesmo ser grande. É o tipo de encontro que qualquer grupo pode fazer, de preferência com número pequeno de participantes - até 15 seria o ideal, para que todos aproveitem e interajam. Sempre há alguém do grupo que conhece as verduras e,  mesmo que não saiba distinguir uma serralha de um mentruz, todo mundo sabe o que é uma manga ou uma pitanga, por exemplo e isto já pode ser um bom começo e pretexto para sair às ruas e fotografar, desenhar, observar.  Então, de mãos e mentes vazias ninguém volta. E, posso garantir, é uma das coisas mais divertidas e prazerosas que podemos fazer na cidade: andar e descobrir o inusitado no espaço urbano.

Entre outas especies: urucum, flor de sabugueiro,  nopal, manga verde, fruta
da pataca, caruru, hibiscos etc

Pitangas, ora-pro-nobis, mentruz, e até caju e jaca





















Veja os eventos espalhados pelo mundo no facebook do Terra Madre Day
E se você ainda não comemorou este dia, ainda dá tempo. Veja a agenda do que ainda está para acontecer e exemplos do que pode criar,  no site do Terra Madre Day.

Veja também o que postou sobre a caminhada a Eliane em seu blog: As Sementeiras.
Aqui vão algumas fotos:

Fernando e Guilherme colhendo fruto da pataca
Fiz beijus de banana, abóbora e sementes de mentruz para comer com mole
de sementes de leucena com manga verde feito pelo Guilherme

A chuva fina veio coroar o final do passeio com cestas cheias


Banc: bicho alimentício não convencional ou saúva limão
(a mesma que Alex Atala usa para colocar em cima do abacaxi,
com sabor de citronela e gengibre)

Taís, Guilherme, Ana, Fernando e Marcela

Doce de goma que fiz com flores da rua e do quintal. Foto: Drika Bourquim 

Doce de goma com manga verde e coco

Fernando e ora-pro-nobis (esquecemos de tirar foto do pesto)

Fernando subiu na árvore para colher flor de sabugueiro

A grumixama sofreu poda de levantamento - a prefeitura não quer que o
cidadão pare para colher frutas, diz que é perigoso ;( 

Pitangas deliciosas, docinhas

Sopa de guasca com batata-doce 

Ana com flor de sabugueiro

O beiju com sementinhas de mentruz 



Flor de cosmus, feijão borboleta, traboeraba e maria-sem-vergonha (disco
feito com goma de mandioca, açúcar e leite de coco)


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