Já não me lembro de quem ganhei as sementes, só sei que trouxe daquele Terra Madre de 2010 que aconteceu em Brasília. Lembro de ter perguntado para o produtor se os feijõezinhos que estava distribuindo eram de comer. Disse que não, que era uma forrageira boa para o solo, fixadora de nitrogênio. Em todo caso, trouxe um pouco e guardei. Ficou anos aqui perto de mim, num envelope. Um belo dia, quando já nem me lembrava mais dele, achei o envelope com nome: feijão-borboleta. Só então fui procurar saber mais a respeito e descobri um mundo em azul comestível e divertido em torno da Clitoria ternatea L. (observe a anatomia da flor e vai entender porque Lineu lhe deu este nome). Então plantei, primeiro na jardineira da minha janela - foi quando tirei mais sementes e sequei algumas flores -, e agora na horta comunitária da minha rua, onde a planta já começa a florescer.
No Brasil é conhecida também como cunhã (termo que definitivamente não adotarei e que deve ter a ver com o nome científico) e sua folhagem é usada para alimentar animais. Mas dizem que toda ela é comestível, incluindo as vagens verdes - eu nunca as comi pois deixo para conseguir mais sementes. Mas também não me pareceram muito palatáveis. As folhas, dia desses vou provar, parecem gostosas.
A planta é nativa da Ásia tropical e hoje está espalhada por todas as zonas tropicais do globo. Porém, é no Sudeste Asiático que o pigmento azul das flores parece ser mais explorado. Tanto para colorir o arroz glutinoso quanto para vários outros doces de goma ou farinha. Além do chás azuis feitos com as flores frescas ou secas. Embalagens com flores secas podem ser encontrados em vários países e tem a reputação de ser medicinal. Aliás, a planta é amplamente estudada na fitoterapia por sua atividade anti-estresse e ansiolítica. Parece que também pode melhorar a memória.
Nas infusões é comum adicionar gotas de limão, não só para adicionar algum sabor que as flores não têm, mas para ver o líquido mudar de cor - como tem antocianina, que é a substância que confere a coloração azulada, basta adicionar um ácido para que o pigmento ganhe tonalidades rosadas. É uma reação normal que acontece com qualquer alimento que tenha este pigmento.
Como quase não há pigmento azul natural com que podemos contar na cozinha, está aí um boa opção para começar a brincadeira. Procure as sementes em viveiros de especialidades como o Sambalina, por exemplo - nos links aí do lado. Eu gosto de colocar no chá de folhas de manjericão-anis, de erva-doce ou anis-estrelado, já que estes chás carecem de cor e o anis, não sei porque, está associado a esta coloração. Fica muito bom. Com umas gotas de limão, fica melhor ainda, se bem que não será mais azul.
Para o chá, foi só ferver água, desligar o fogo e juntar folhas de manjericão anis e flores de feijão-borboleta (ou cunhã), tampar e esperar dez minutos antes de servir quente ou gelada.
Outros nomes em inglês para você pesquisar sobre a planta: butterfly pea, blue pea, cordofan pea e asian pigeonwings. E ainda cunhã, feijão-borboleta, ervilha-borboleta, ismênia, palheteira.
Na horta comunitária |
A planta é nativa da Ásia tropical e hoje está espalhada por todas as zonas tropicais do globo. Porém, é no Sudeste Asiático que o pigmento azul das flores parece ser mais explorado. Tanto para colorir o arroz glutinoso quanto para vários outros doces de goma ou farinha. Além do chás azuis feitos com as flores frescas ou secas. Embalagens com flores secas podem ser encontrados em vários países e tem a reputação de ser medicinal. Aliás, a planta é amplamente estudada na fitoterapia por sua atividade anti-estresse e ansiolítica. Parece que também pode melhorar a memória.
Nas infusões é comum adicionar gotas de limão, não só para adicionar algum sabor que as flores não têm, mas para ver o líquido mudar de cor - como tem antocianina, que é a substância que confere a coloração azulada, basta adicionar um ácido para que o pigmento ganhe tonalidades rosadas. É uma reação normal que acontece com qualquer alimento que tenha este pigmento.
Como quase não há pigmento azul natural com que podemos contar na cozinha, está aí um boa opção para começar a brincadeira. Procure as sementes em viveiros de especialidades como o Sambalina, por exemplo - nos links aí do lado. Eu gosto de colocar no chá de folhas de manjericão-anis, de erva-doce ou anis-estrelado, já que estes chás carecem de cor e o anis, não sei porque, está associado a esta coloração. Fica muito bom. Com umas gotas de limão, fica melhor ainda, se bem que não será mais azul.
Para o chá, foi só ferver água, desligar o fogo e juntar folhas de manjericão anis e flores de feijão-borboleta (ou cunhã), tampar e esperar dez minutos antes de servir quente ou gelada.
Outros nomes em inglês para você pesquisar sobre a planta: butterfly pea, blue pea, cordofan pea e asian pigeonwings. E ainda cunhã, feijão-borboleta, ervilha-borboleta, ismênia, palheteira.