Na sexta-feira passada lancei uma questão sobre mistura e nosso jeito de comer.
Transcrevo abaixo o resultado da pesquisa feita sem método nem direção. Está certo que a falta de critérios leva a falsas conclusões quando se deseja generalizar, afinal eu queria saber o que acontece Brasil afora. Cerca de 40 respostas não nos dá a segurança de afirmar quase nada num país megadiverso, mas se trabalharmos apenas com este universo somado a tudo o que já vi e provei andando por aí, posso dizer que o resultado confirma pelo menos uma coisa que a gente sabe: brasileiro gosta de comer vários tipos de comida combinando tudo no mesmo prato.
O termo mistura existe em boa parte do país como sinônimo de tudo o que entra no prato além do arroz e feijão, estes sim, considerados prato principal. Salada não é mistura, mas há quem a considere assim. Salada é salada. E mistura é carne, peixe, frango, verduras e legumes refogadas. Aliás, refogado parece ser nossa técnica preferida para preparar vegetais; muita gente come fruta de sobremesa e sopa não é caldinho ralo de entrada - sopa, para nós, é prato único, geralmente um prato mais substancioso que substitui arroz, feijão e mistura.
Sendo assim, porque será que a comida nossa retratada em cantos e versos, nas revistas e nos restaurantes, seja tão distante assim daquilo que praticamos no nível doméstico? Nem estou falando dos menus ultra contemporâneos nem nos menus-degustação (ando fugindo deles, aliás). Uma certa distância é compreensível, afinal a gente vai a restaurantes pelo prazer, para celebrar e confraternizar, e também para comer diferente. Agora, por que será que nosso sistema alimentar é tão restrito ao ambiente doméstico e aos restaurantes populares de prato feito? - que também não refletem a diversidade que temos de misturas. Não temos no nosso jeito de comer divisão entre entrada e prato principal. Temos salada, que às vezes também é colocada no mesmo prato, mas ainda que seja consumida em separado, é colocada na mesa no mesmo tempo. Assim como as outras misturas. A feijoada é, sim, um prato emblemático em relação ao nosso jeito: arroz, feijão com carnes, couve, farofa, tudo junto. Será vergonha? Por que será que japoneses comem à sua maneira, chineses e coreanos também, os árabes, os italianos, os armênios.. e nós não podemos?
Até os termos, vamos aos poucos deixando de usar, não por serem errados, mas porque não são apropriados segundo os manuais de etiqueta. É feito dizer janta; bife e mistura são coisas de pobres, caipiras, nordestinos, da periferia (já ouvi de tudo). Porém, são termos que estão aí, muitos brasileiros conhecem, mas quando usam é apenas na intimidade.
Luís da Câmara Cascudo, em seu História da Alimentação no Brasil, registra na página 705, do volume 2 (da edição de 1983, Edusp): "... Nesses dias o pescado garantia almoço e janta, cozidos e assados, e dava nome às refeições jubilosas.".
A palavra janta aparece em dicionário pela primeira vez em 1880, na primeira edição do Caldas Aulete como o mesmo que jantar. E na edição digital de hoje está lá : Janta - sf.1. Pop. O mesmo que jantar.[F.: Dev. de jantar. Hom./Par.: janta(s) (sf.[pl.]), janta(s) (fl. de jantar).]. Portanto, a palavra existe como um sinônimo feminino do masculino jantar, ambas derivadas do verbo jantar. No Dicionário Aurélio também está lá: "Janta. (Dev. fe jantar.) S.f. Pop. Jantar.
Então, o que é que determina se algo é certo ou errado, feio ou bonito na linguagem? Puro preconceito que se dá por transferência. Não é da palavra, pois se está dicionarizada como jantar tem peso igual, mas do sujeito que faz uso dela e da classe social à que pertence. A palavra é apenas mais popular. E aí basta alguém influente se apropriar do termo para que ele vire rapidamente pop (lembrando que pop está para jantar, como popular está pra janta), ganhando outro significado para o mesmo significante.
Voltando ao comportamento, a pesquisa do IBGE pode responder melhor sobre nosso jeito de comer. Os resultados do último senso mostram que estamos diminuindo o consumo de feijão e ingredientes pouco processados em favor de alimentos industrializados, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. Agora, uma coisa é certa, brasileiro ainda mantém o hábito de cozinhar em casa e isto é bom pois podemos acolher mudanças de comportamento e influências de outras cozinhas e ainda incorporar ingredientes ou combinações mais saudáveis e responsáveis, sem deixarmos de lado nosso jeito de comer, do qual deveríamos nos orgulhar e nunca nos envergonhar.
Tenho certeza que Carlos Alberto Dória, em seu livro Formação da culinária brasileira (Editora Três Estrelas, 2014), nos traz alguma luz a este respeito, mas os livros aqui em casa andam pela casa toda e o dele foi um desses que saiu do escritório para ser lido em outro local e só por isto não vou conseguir citá-lo.
Agora, seguem as respostas, para você tirar suas próprias conclusões. E super obrigada a quem participou com sinceridade para compor este material valioso.
1 - Leticia Cinto disse...
(gato com feijão nããão, pelamordeDeus :) Respondendo: na casa dos meus pais, mistura geralmente significava proteína animal, podia ser bife de vaca, carne de porco, frango (que eu não como e ficava sem mistura quando tinha), ovos, queijo fresco quente, coisas assim. A gente pegava tudo no fogão, direto da panela e comia tudo junto, às vezes com o caldinho da salada temperando tudo por cima. Aqui em casa é meio diferente, nem todo dia tem proteína animal, às vezes a mistura é uma berinjela bonita com molho de tomate. Sou de SP, interior, morando na capital. :)
2 - Bianca Ladyhawke disse...
Bom, vamos por partes... Eu sou do Rio Grande do Sul, mas atualmente moro no Mato Grosso do Sul. Lá no Sul não costumamos usar o termo "mistura", a primeira vez que ouvi foi ano retrasado, quando morava em Minas Gerais, e quem falou foi uma paraense. Na minha casa e na dos meus pais sempre teve a base de arroz, feijão e carne (normalmente bife ou frango), salada e algum legume. As vezes pode ser carne moída com o legume. Comemos tudo junto e costumamos colocar as panelas e travessas com salada na mesa. Salada tem sempre, sopa é prato principal, não entrada. Quanto aos termos, janta e bife são comuns, o mistura, como já mencionei, não. É comum misturar arroz e batata, mas macarrão não. Aqui comemos de mistura saladas com alface, tomate, rúcula, repolho, agrião, etc. De legumes, batata, cenoura, berinjela, vagem, ervilha, milho, beterraba, abóbora e abobrinha, e eu adoro jiló e quiabo, mas isso não é comum no RS. Gosto também de fazer verduras refogadas.
Bom, acho que é isso, espero ter ajudado!
Bom, acho que é isso, espero ter ajudado!
3 - Diego Manoel disse...
Sou de Limoeiro-PE, mas moro em Recife.
Nunca usei a palavra mistura p isso =P
Entrada e sobremesa só em restaurante, sopa só no jantar e se sobrar no café da manhã. Prefiro carne de porco, mas como não gosto de comprar em mercado grande, só como quando compro no interior, quando faço comida é para se servir no fogão, lavar pratos não é cmg!
Como meus pais moram no interior, sempre tem variedade, carne de boi, galinha, capão, porco, peixe, bode, ovos, queijo coalho e por aí vai. Mainha sempre faz salada simples e/ou cozida, as vezes só jerimum na água e sal, corro desse último xD
O feijão/fava, presente em quase todos os almoços, independente do tipo, sempre leva charque e alguma carne com osso.
Tudo servido na mesa.
Nunca usei a palavra mistura p isso =P
Entrada e sobremesa só em restaurante, sopa só no jantar e se sobrar no café da manhã. Prefiro carne de porco, mas como não gosto de comprar em mercado grande, só como quando compro no interior, quando faço comida é para se servir no fogão, lavar pratos não é cmg!
Como meus pais moram no interior, sempre tem variedade, carne de boi, galinha, capão, porco, peixe, bode, ovos, queijo coalho e por aí vai. Mainha sempre faz salada simples e/ou cozida, as vezes só jerimum na água e sal, corro desse último xD
O feijão/fava, presente em quase todos os almoços, independente do tipo, sempre leva charque e alguma carne com osso.
Tudo servido na mesa.
4 - Karla Lima disse...
Eu sou do Rio de Janeiro, e atualmente moro no exterior. Eu sempre comi em travessas e pegando a comida pouco a pouco, o que não significa que sou aversa a mistura ao contrário, sempre misturei comida. Qdo me mudei para fora do país, por morar sozinha e num apartamento pequeno peguei o hábito de comer pegando direto da panela e as misturas foram parar não só na hora de comer qto também na hora de cozinhar o prato. Minha mistura favorita é a mais básica de todas, arroz, feijão, farofa, em casa, em forma de PF ou em restaurantes, esse 3 juntos são imbatíveis.
5 - Anônimo disse...
Sou de São Paulo, capital e atualmente moro em Ubatuba/SP. Comeria tudo de todas as fotos! hahaha Mas identifiquei "minha mesa" realmente nas fotos de São Paulo e nas da "Casa da Mãe". Sempre tem arroz, feijão e algum legume/verdura cru ou cozido. Sou quase vegetariana. Sirvo poucos pratos, se forem mais de 4, é pq é dia de festa. Mistura, pra mim, é a proteína animal.
As panelas ficam no fogão e cada um se serve de tudo direto da panela de uma vez só. Entrada quase nunca. Sobremesa de vez em quando. Sopa só à noite e geralmente no inverno.
Acho que é isso.
Adoro seu blog!
Beijo grande.
Ana Paula
As panelas ficam no fogão e cada um se serve de tudo direto da panela de uma vez só. Entrada quase nunca. Sobremesa de vez em quando. Sopa só à noite e geralmente no inverno.
Acho que é isso.
Adoro seu blog!
Beijo grande.
Ana Paula
6 - Anônimo disse...
Eu sou carioca. Nunca ouvi o termo "mistura" no sentido de comida.
Aqui em casa nunca tem sopa nem sobremesa. Salada é muito raro, mas às vezes tem, e como junto com o prato, não como entrada. Sempre tem arroz, feijão, alguma carne e verduras e legumes refogados no azeite e alho. Difícil ter fritura, mas rola uma batata ou aipim cozido quando não tem arroz. Quando tem peixe ou coisas com molho, não tem feijão. E pegamos a comida no fogão. Mesa posta só quando tem visita.
O jeito mais parecido com o comer aqui de casa é o de São Roque de Minas.
Não tenho nenhuma objeção ao uso dos termos, haha, mas não sei se no Rio se fala "janta", a nossa família fala "jantar"!
Ontem comi frango ao curry de leite de coco com arroz e ervilha orgânica refogada.
Espero ter ajudado, abs, Joana
Aqui em casa nunca tem sopa nem sobremesa. Salada é muito raro, mas às vezes tem, e como junto com o prato, não como entrada. Sempre tem arroz, feijão, alguma carne e verduras e legumes refogados no azeite e alho. Difícil ter fritura, mas rola uma batata ou aipim cozido quando não tem arroz. Quando tem peixe ou coisas com molho, não tem feijão. E pegamos a comida no fogão. Mesa posta só quando tem visita.
O jeito mais parecido com o comer aqui de casa é o de São Roque de Minas.
Não tenho nenhuma objeção ao uso dos termos, haha, mas não sei se no Rio se fala "janta", a nossa família fala "jantar"!
Ontem comi frango ao curry de leite de coco com arroz e ervilha orgânica refogada.
Espero ter ajudado, abs, Joana
7 - Barbara Miotto disse...
Oi Neide,
sou do Rio Grande do Sul, de Nova Prata, uma cidade da serra gaúcha. Nunca ouvi o termo "mistura" por aqui, não. Eu diria que a gente não tem uma "mistura" de comer todo dia, mas com certeza come-se bastante massa. Na minha casa somos só eu e meu marido, então fazemos a janta e o que sobra é o nosso almoço do dia seguinte. Não tem esse esquema de entrada/prato principal etc, é sempre um prato só. Às vezes tem salada à parte e às vezes só tem os legumes e verduras que já estão compondo o prato da janta. Gosto sempre de tentar fazer pratos com muitos legumes/verduras pra dar uma incrementada na nossa alimentação. Sobremesa normalmente tem, mas é sempre alguma coisa comprada (chocolate, por exemplo). A gente serve nossos pratos direto das panelas que ficam no fogão e comemos no sofá, assistindo algum seriado. Nada de mesa. Às vezes tem suco também (sempre natural, que eu faço), refrigerante ou café-com-leite (sim, às vezes a gente toma café-com-leite junto com a janta). No dia que tem sopa, ela é sempre o prato principal (e único). Nos domingos a gente sempre almoça na casa dos meus pais, com toda a (grande) família. Lá, sim, comemos à mesa, todos juntos, e as comidas são servidas ora na panela, ora em travessas. Sempre tem salada e cafezinho.
Na janta de ontem comemos tortillas (massa comprada pronta) recheadas com um refogado de legumes (cebola, alho, pimentões, cenoura) e coraçãozinho de frango, suco natural de limão, flan (aquele pudinzinho comprado pronto) e chocolate de sobremesa.
sou do Rio Grande do Sul, de Nova Prata, uma cidade da serra gaúcha. Nunca ouvi o termo "mistura" por aqui, não. Eu diria que a gente não tem uma "mistura" de comer todo dia, mas com certeza come-se bastante massa. Na minha casa somos só eu e meu marido, então fazemos a janta e o que sobra é o nosso almoço do dia seguinte. Não tem esse esquema de entrada/prato principal etc, é sempre um prato só. Às vezes tem salada à parte e às vezes só tem os legumes e verduras que já estão compondo o prato da janta. Gosto sempre de tentar fazer pratos com muitos legumes/verduras pra dar uma incrementada na nossa alimentação. Sobremesa normalmente tem, mas é sempre alguma coisa comprada (chocolate, por exemplo). A gente serve nossos pratos direto das panelas que ficam no fogão e comemos no sofá, assistindo algum seriado. Nada de mesa. Às vezes tem suco também (sempre natural, que eu faço), refrigerante ou café-com-leite (sim, às vezes a gente toma café-com-leite junto com a janta). No dia que tem sopa, ela é sempre o prato principal (e único). Nos domingos a gente sempre almoça na casa dos meus pais, com toda a (grande) família. Lá, sim, comemos à mesa, todos juntos, e as comidas são servidas ora na panela, ora em travessas. Sempre tem salada e cafezinho.
Na janta de ontem comemos tortillas (massa comprada pronta) recheadas com um refogado de legumes (cebola, alho, pimentões, cenoura) e coraçãozinho de frango, suco natural de limão, flan (aquele pudinzinho comprado pronto) e chocolate de sobremesa.
8 - Ana Carolina disse...
Sou de São Paulo, capital. Ouço bastante o termo mistura, mas já vi com três significados diferentes, às vezes refere-se o que tem além do arroz e feijão, às vezes à carne e às vezes ao acompanhamento além do arroz feijão e a carne.
Em casa a gente pega tudo das panelas no fogão, eu como tudo junto, mas meu marido come as coisas meio separadas. Quase sempre temos salada, que comemos antes de tudo, um prato principal que normalmente é 'arroz, às vezes feijão, proteína animal e legumes cozidos ou verdura refogada', ou 'macarrão com molho', ou outra coisa do tipo. Sempre como fruta depois da refeição e às vezes temos algum doce de sobremesa. Sopa não é sempre, normalmente comemos como refeição na janta e no frio, mas se dependesse do meu marido comeríamos em qualquer refeição, qualquer clima.
Enfim, é isso. Parabéns pelo blog, sempre com coisas muito legais!
Em casa a gente pega tudo das panelas no fogão, eu como tudo junto, mas meu marido come as coisas meio separadas. Quase sempre temos salada, que comemos antes de tudo, um prato principal que normalmente é 'arroz, às vezes feijão, proteína animal e legumes cozidos ou verdura refogada', ou 'macarrão com molho', ou outra coisa do tipo. Sempre como fruta depois da refeição e às vezes temos algum doce de sobremesa. Sopa não é sempre, normalmente comemos como refeição na janta e no frio, mas se dependesse do meu marido comeríamos em qualquer refeição, qualquer clima.
Enfim, é isso. Parabéns pelo blog, sempre com coisas muito legais!
9 - Paulinha disse...
Neide, achei tão engraçado esse post! Sou de Americana-SP. Para nós é a coisa mais comum do mundo usar a palavra mistura!
Mistura é normalmente o que tem além do arroz, feijão e a carne.
Aqui em casa pegamos a comida direto da panela, só tem uma mesa mais caprichada se tem visita.
Normalmente é arroz integral, feijão , uma carne e um refogado e/ou salada. Quando não comemos feijão normalmente tem algum legume no arroz. Mesmo quando tem alguma massa comemos salada junto!
Sopa é mais difícil e comemos mais no inverno. Sobremesa quase sempre tem, seja uma fruta, iogurte ou um chocolate.
10 - Gilda disse...
Mistura é normalmente o que tem além do arroz, feijão e a carne.
Aqui em casa pegamos a comida direto da panela, só tem uma mesa mais caprichada se tem visita.
Normalmente é arroz integral, feijão , uma carne e um refogado e/ou salada. Quando não comemos feijão normalmente tem algum legume no arroz. Mesmo quando tem alguma massa comemos salada junto!
Sopa é mais difícil e comemos mais no inverno. Sobremesa quase sempre tem, seja uma fruta, iogurte ou um chocolate.
10 - Gilda disse...
Eu sou de Lavras-MG. Lá eu nunca ouvi falar em mistura. Mas em janta sim. Mudei para Belo Horizonte. Fiquei sabendo da tal da mistura, como sendo o que tem além de arroz e feijão. Como é uma cidade com gente de muitas partes, cada um fala do seu modo - janta ou jantar - e não são todos que falam em mistura. Hoje moro em Ubatuba e aqui também se usa falar em mistura, mas varia o que seja a mistura. Na casa da minha mãe e na minha casa sempre teve salada, todos os dias, arroz e feijão e normalmente alguma carne acompanhada de algum legume cozido com ela ou servido ao lado. Atualmente não como mais carne, então faço duas refeições combinando, ou seja, o prato vegetariano é acompanhamento da carne das outras pessoas. Cozinho em panelas de pedra ou de barro, então elas vão à mesa e fazem bonito. Sempre teve sobremesa, na casa da minha mãe e na minha, às vezes um doce, outras uma fruta. Sopas geralmente só no jantar, acompanhadas de pão ou torradas, como prato único, nos dias frios. Faz muito tempo que abolimos o jantar, fazendo apenas um lanche que até pode ser um sanduíche, granola com iogurte e frutas ou alguma torta salgada.E vejo que muita gente em Belo Horizonte e em Ubatuba também aboliu o jantar. Só não sei de ninguém que coma gato com feijão, ainda bem. Gato deita em cada lugar....kkkk
11 - Anônimo disse...
Olá Neide!
Sou carioca, mas meus avós eram da roça no Espírito Santo. Na minha casa usava-se o termo mistura sim e se referia a carne, embora a verdura fosse obrigatória e a preferida da maioria. E pegávamos a comida nas panelas mesmo tudo bem simples e o feijão era sempre preto.
Cátia Milhomens
Sou carioca, mas meus avós eram da roça no Espírito Santo. Na minha casa usava-se o termo mistura sim e se referia a carne, embora a verdura fosse obrigatória e a preferida da maioria. E pegávamos a comida nas panelas mesmo tudo bem simples e o feijão era sempre preto.
Cátia Milhomens
12 - Beth disse...
Olá Neide! Em casa e nas casas das minhas tias, irmãs da minha mãe o termo "mistura"era bastante utilizado e para mim significava o que acompanhava o arroz/feijão, geralmente uma carne e algum legume ou farofa. A salada estava sempre presente mas não era classificada como "mistura". Minha mãe e irmãs nasceram e cresceram em Santos, filhas de espanhóis. Meu pai era português, mas não vivia sem feijão....Ah, o serviço era geralmente panelas na mesa, pois mantinham melhor a temperatura.
Hoje em dia me identifiquei mais com a foto do gato pois os meus dormem sobre o fogão, que quase nunca é usado...
Hoje em dia me identifiquei mais com a foto do gato pois os meus dormem sobre o fogão, que quase nunca é usado...
13 - Paulo Antonini disse...
Oi, Neide!
Que delícia de postagem!
Em Torrinha, Brotas e São Carlos, três cidades onde morei, mistura é uma forma comum de chamar o que tem além do arroz e do feijão. Também sei que em Orlândia, Dois Córregos e Rio Claro, essa expressão também é usada. Já em Campinas, carne não é mistura. É só carne.
Em casa, as panelas vão para a mesa e tudo é servido no mesmo prato. Sempre tem salada (que também é mistura) mas tem que ter legume ou verdura refogada e alguma carne nas refeições.
Á noite, usamos a expressão janta.
A panela só não vai para a mesa quando é alguma refeição de comemoração - aniversário, natal, ano novo - quando tudo é servido em travessas ou bandeja.
Ás vezes as panelas de arroz e de feijão ficam no fogão e só a mistura vai pra mesa.
Sopa é prato principale não tem acompanhamento nenhum (pelo menos na minha família e nas casas de amigos e parentes onde já tomei sopa).
Agora estou morando no Mato Grosso do Sul, mas não reparei nesse modo de tratar o que acompanha o arroz e feijão. Que o termo janta é usado para a refeição da noite, isso eu sei que é.
Espero ter colaborado!
Abraço.
Que delícia de postagem!
Em Torrinha, Brotas e São Carlos, três cidades onde morei, mistura é uma forma comum de chamar o que tem além do arroz e do feijão. Também sei que em Orlândia, Dois Córregos e Rio Claro, essa expressão também é usada. Já em Campinas, carne não é mistura. É só carne.
Em casa, as panelas vão para a mesa e tudo é servido no mesmo prato. Sempre tem salada (que também é mistura) mas tem que ter legume ou verdura refogada e alguma carne nas refeições.
Á noite, usamos a expressão janta.
A panela só não vai para a mesa quando é alguma refeição de comemoração - aniversário, natal, ano novo - quando tudo é servido em travessas ou bandeja.
Ás vezes as panelas de arroz e de feijão ficam no fogão e só a mistura vai pra mesa.
Sopa é prato principale não tem acompanhamento nenhum (pelo menos na minha família e nas casas de amigos e parentes onde já tomei sopa).
Agora estou morando no Mato Grosso do Sul, mas não reparei nesse modo de tratar o que acompanha o arroz e feijão. Que o termo janta é usado para a refeição da noite, isso eu sei que é.
Espero ter colaborado!
Abraço.
14 - Crist Silva disse...
Aqui em Lins -SP também falamos mistura,a comida aqui em casa é parecida com da sua filha ,mais simples e a pedido da filha quase sempre tem ovo,verdura carne não é todo dia .Comemos mais verduras e legumes,arroz e feijão sempre ,refrigerante as vezes só no final de semana e ainda as vezes.
2 de agosto de 2014 10:41
15 - Letícia disse...
Só mistura bonita aí!!
Aqui no subúrbio do RJ mistura existe, mas vejo o termo ser usado mais pelo pessoal que migrou da região nordeste. Na casa de algumas das minhas amigas, que são filhas de nordestinos, tem mistura. Só não tem se a situação apertar muito. Saindo do subúrbio e partindo para a baixada fluminense, o termo também é usado, mais uma vez, mais pelos nordestinos e descendentes.
Aqui em casa a "mistura"é a proteína e a salada, seja de folhas ou de legumes ou dos dois. Mas concordo com o outro Carioca quando ele diz que o termo aqui no Rio é mais usado para a "carne". Os vegetais são os "legume". Carioca odeia "S".
O prato é sempre no estilo PF, direto da panela para o prato, exceto domingo quando o acompanhamento (que por sinal, é como chamamos a "mistura" em minha casa) é servido em travessa na mesa, mas o arroz e o feijão ainda vem direto da panela. Só natal que arroz vai para a travessa.
Sobremesa é coisa de final de semana também. Ou quando tem visita ou quando dá aqueeeeeeela vontade e já se tem tudo em casa. Mas durante a semana, sobremesa é fruta ou bombom. Só pra adoçar a boca.
Salada tem todo dia, já a sopa é prato único e para dia de frio. Quando tem sopa, só tem sopa e pão.
Aqui só se tem objeção ao uso da frase "to morrendo de fome" e ao desperdício. Os dois, como minha vó ensinou: "são pecado!"
Ontem foi: Arroz branco, feijão preto, linguiça de frango acebolada e mostarda refogada. Também teve farofa, sempre tem farofa, mas eu não sou muito fã.
Aqui no subúrbio do RJ mistura existe, mas vejo o termo ser usado mais pelo pessoal que migrou da região nordeste. Na casa de algumas das minhas amigas, que são filhas de nordestinos, tem mistura. Só não tem se a situação apertar muito. Saindo do subúrbio e partindo para a baixada fluminense, o termo também é usado, mais uma vez, mais pelos nordestinos e descendentes.
Aqui em casa a "mistura"é a proteína e a salada, seja de folhas ou de legumes ou dos dois. Mas concordo com o outro Carioca quando ele diz que o termo aqui no Rio é mais usado para a "carne". Os vegetais são os "legume". Carioca odeia "S".
O prato é sempre no estilo PF, direto da panela para o prato, exceto domingo quando o acompanhamento (que por sinal, é como chamamos a "mistura" em minha casa) é servido em travessa na mesa, mas o arroz e o feijão ainda vem direto da panela. Só natal que arroz vai para a travessa.
Sobremesa é coisa de final de semana também. Ou quando tem visita ou quando dá aqueeeeeeela vontade e já se tem tudo em casa. Mas durante a semana, sobremesa é fruta ou bombom. Só pra adoçar a boca.
Salada tem todo dia, já a sopa é prato único e para dia de frio. Quando tem sopa, só tem sopa e pão.
Aqui só se tem objeção ao uso da frase "to morrendo de fome" e ao desperdício. Os dois, como minha vó ensinou: "são pecado!"
Ontem foi: Arroz branco, feijão preto, linguiça de frango acebolada e mostarda refogada. Também teve farofa, sempre tem farofa, mas eu não sou muito fã.
16 - adelia sylvia penna ramos disse...
Oi, Neide! Sei o que é mistura, mas não era palavra corrente em Sampa, de 1937, quando nasci, até l978, quando me mudei de lá. Melhor dizendo, daí! Como sou vegetariana, minhas refeições não levam carne, frango ou peixe. Almoço de hoje: cenoura, couve e inhame, refogados com alho e curry. Já quanto à mesa, uso muito jogo americano, os alimentos são servidos em travessas, a não ser quando preparados em panelas de barro que, estas sim! vão à mesa. Ah, não misturo a salada com os outros alimentos, no prato. E prefiro a salada depois, como os franceses, como um digestivo. Sopa, na minha infância, era só à noite. Já em minha casa, aparece esporadicamente, e no inverno. Um creme de abóbora e um pão feito em casa, hummm.... Sobremesa, quando recebo amigos ou, então, rarissimamente, quando meu corpo pede açucar. Fruta, pra mim, nunca foi sobremesa: esta tem que ser doce! Mas o que disse, não impede que me sinta perfeitamente a vontade se tiver que me servir da panela -tudo tem seu lugar e está tudo certo. Abração,
adelia.. Ah, esqueci de dizer que só uso "jantar", "janta é tempo de verbo!beijos,
adelia
adelia.. Ah, esqueci de dizer que só uso "jantar", "janta é tempo de verbo!beijos,
adelia
17 - Juba disse...
Oi, Neide! Aqui em casa (São Paulo, SP), é bem parecido com a casa da Paulinha: arroz integral, feijão (não tem todo dia, mas não é só o carioquinha), peixe assado, frango refogado, de vez em quando linguiça ou costelinha de porco, macarrão, polenta muito boa, molho de tomate idem. De raro em raro um bifão de contra ou picanha, em geral feito na grelha (elétrica, pois é apartamento). Quando morávamos em casa com quintal, o peixe ia do ceagesp pra churrasqueira.
Salada e verdura tem todo dia. Todos se servem no fogão. Sobremesa quase nunca, mas sempre tem fruta. Para beber, água.
Na janta (sim, sem o r) às vezes pode ter só sopa ou lanche.
Salada e verdura tem todo dia. Todos se servem no fogão. Sobremesa quase nunca, mas sempre tem fruta. Para beber, água.
Na janta (sim, sem o r) às vezes pode ter só sopa ou lanche.
Ah, esqueci: chamamos de mistura (embora os vizinhos não), e colocamos tudo junto no prato, também.
18 - Anônimo disse...
Oi Neide, adorei encontrar a palavra mistura no sentido de comida, aqui. Atualmente moro em Minas (Uberlandia), mas sou goiana, e em Goias passei a maior parte de minha vida. Cresci ouvindo essa palavra e varias vezes ouvi meu pai dizer, "sua mãe faz mistura dimais". Hahaha, era bem assim, arroz e feijão eram sempre a base, e o resto era mistura. Esse eh o conceito que ate hoje me acompanha. Beijos. Sandra Pacheco
19 - Mari disse...
Neide,mistura,janta e bife são termos conhecidos, sim. Desde a infância no interior de São Paulo, quando a variedade de misturas era grande. Na vida aqui em São Paulo, capital, bife e janta permanecem em uso corrente, mas mistura não. A refeição usual aqui em casa (só jantar, almoço é na rua) é composta de algum arroz, que pode ser integral, branco, sete grãos ou jasmin, alguma verdura em salada ou regogada e carne de frango, boi ou peixe. Raras vezes o feijão aparece. Massa uma vez por semana. Sopa é prato principal no inverno. Tudo servido direto das panelas sobre o fogão. Em alguns dias come-se pão com frios e queijo. Sempre tem frutas na sobremesa. E doces ou sorvetes também. Em dias festivos a mesa é posta e a comida colocada em travessas.
20 - Sandra Mara disse...
Olá Neide! Mistura, janta e bife são termos conhecidos e usados na minha família. Nasci e cresci no interior de São Paulo - Votuporanga. Sou filha de nordestinos e casada com um fluminense. O que não entra na minha alimentação e na do marido é feijão. Compro apenas quando minha irmã vem ficar uns dias em casa. Gosto muito de legumes e passei a apreciá-los mais quando vi a sua receita de lobozó. Beijos
21 - Bruna Oliveira disse...
Oi Neide!!! Sou Piauiense e como nordestina esse termo mistura é bem comum para nós, aqui em casa, assim como na casa de meus familiares a proteína é sempre a mistura, mas utilizamos ainda,o termo misturado para o feijão com arroz ( que é o baião de dois )e dizemos " hoje tem feijão misturado com arroz",que vem acompanhado de uma carne guisada ou algo mais sequinho, nem sempre a mesa é posta,mas em dias que temos visita tudo é feito com muita muita pompa.Essas nossas culturas e costumes são de fato uma mistura de sabores maravilhosos,kkk!!!
22 - Ana Alice disse...
Neide,
sou paulista e em casa nunca usamos o termo mistura. Aqui em casa no almoço, sempre temos saladas de folhas e vegetais às vezes com castanhas e frutas. Sempre temos também alguma folha refogada ou vegetal refogado ou na forma de suflê ou virado. Viradinho temos quase sempre (pelo menos 1 vez por semana) com farinha de milho ou de mandioca e com qualquer coisa mais (ovo, cenoura, feijão verde, guandu, banana da terra.
Quanto à mesa, sempre colocamos a comida na mesa, em travessas ou tigelas. No jantar temos sempre sopa, acompanhada de torradas ou pão de minuto. Ah, e no almoço temos sempre uma proteína (carne de vaca, frango ou peixe).
sou paulista e em casa nunca usamos o termo mistura. Aqui em casa no almoço, sempre temos saladas de folhas e vegetais às vezes com castanhas e frutas. Sempre temos também alguma folha refogada ou vegetal refogado ou na forma de suflê ou virado. Viradinho temos quase sempre (pelo menos 1 vez por semana) com farinha de milho ou de mandioca e com qualquer coisa mais (ovo, cenoura, feijão verde, guandu, banana da terra.
Quanto à mesa, sempre colocamos a comida na mesa, em travessas ou tigelas. No jantar temos sempre sopa, acompanhada de torradas ou pão de minuto. Ah, e no almoço temos sempre uma proteína (carne de vaca, frango ou peixe).
23 - Simone disse...
Oi, sou de Belém, e se não bastasse a fartura da culinária local, sofremos em casa influencia portuguesa e espanhola, então fora quando temos feijão, que sempre acompanha arroz, farofa, alguma carne, vinagrete... Gostamos muito de pratos encorpados do tipo "Único", paella, cozidão, sopão, saladão, sabe? rsrsrs Foi muito bacana ver você falando de Belém por aqui. Abs.
24 - Carla Chaves disse...
OLá, sou do interior do maranhão mas vivo em Brasía desde os 7 anos, no MA e no DF Mistura é a carne,ovo peixe ou frango!.. temos salada sempre, e comemos junto com a comida, quero dizer arroz feijão ,mistura e salada!, sopa é prato principal... Abraços .Carla Chaves.
25 - Sandra disse...
Olá, Neide!
Adorei este post.
Sou mineira de Belo Horizonte e não conhecia o termo mistura. Vou muito ao norte de Minas, na cidade de Manga – beira do Rio São Francisco – e naquela região também nunca ouvi este termo.
Acho que o mais usado por estas bandas de cá, são almoço e janta (“o que tem de almoço?” ou “hoje tem janta?”). Para o almoço, sempre arroz e feijão, carne, algum legume refogado e salada variada. Carne cozida sempre acompanha um angu (ô delícia). Sopa na janta e só quando faz frio. Nada de entrada. Sobremesa não é regra, mas gosto de preparar alguma no domingo e vez por outra tem uma barra de doce (goiabada ou rapadura) ou alguma compota de fruta.
A janta, normalmente, é o que sobrou do almoço. Às vezes ela vira um mexido. Cebola, alho, ovo e farinha não podem faltar nesta hora.
Depois de pronta a comida, cada um faz seu prato no fogão mesmo. Hoje em dia, quase não sirvo à mesa e sinto falta disso, viu?
O almoço de ontem foi arroz, feijão, costelinha e batata assadas, salada de pepino, pimentão, tomate, agrião e salsinha. A sobremesa foi rapadura batida.
Um grande abraço,
Sandra Jorge
Adorei este post.
Sou mineira de Belo Horizonte e não conhecia o termo mistura. Vou muito ao norte de Minas, na cidade de Manga – beira do Rio São Francisco – e naquela região também nunca ouvi este termo.
Acho que o mais usado por estas bandas de cá, são almoço e janta (“o que tem de almoço?” ou “hoje tem janta?”). Para o almoço, sempre arroz e feijão, carne, algum legume refogado e salada variada. Carne cozida sempre acompanha um angu (ô delícia). Sopa na janta e só quando faz frio. Nada de entrada. Sobremesa não é regra, mas gosto de preparar alguma no domingo e vez por outra tem uma barra de doce (goiabada ou rapadura) ou alguma compota de fruta.
A janta, normalmente, é o que sobrou do almoço. Às vezes ela vira um mexido. Cebola, alho, ovo e farinha não podem faltar nesta hora.
Depois de pronta a comida, cada um faz seu prato no fogão mesmo. Hoje em dia, quase não sirvo à mesa e sinto falta disso, viu?
O almoço de ontem foi arroz, feijão, costelinha e batata assadas, salada de pepino, pimentão, tomate, agrião e salsinha. A sobremesa foi rapadura batida.
Um grande abraço,
Sandra Jorge
26 - Jeferson Dalprá disse...
Jeferson de Nova Trento - Santa Catarina.
Aqui não usamos o termo "mistura". Janta e bife sim, são comuns.
A comida de cada dia é a base de arroz, macarrão, aipim ou polenta (terra de imigrantes italianos, mas polenta mesmo, com farinha de milho caseira e não "polentina"), feijão, algum tipo de carne (boi e frango, peixe com menos frequência), a carne também pode ser substituída por ovos (tem coisa melhor que polenta com ovo frito e banana frita??) algum legume cozido e saladas (crua e legumes em conserva). Sobremesa só no domingo. Domingo aliás é o dia do churrasco, com arroz, maionese de batatas e farofa e ás vezes uma massa como lasanha ou pastelão para acompanhar. Sopa algumas vezes por semana, mais no inverno e sempre na janta, raramente no almoço, a não ser a minestra (sopa de feijão) que costuma ser prato único de vários almoços. É isso.
Aqui não usamos o termo "mistura". Janta e bife sim, são comuns.
A comida de cada dia é a base de arroz, macarrão, aipim ou polenta (terra de imigrantes italianos, mas polenta mesmo, com farinha de milho caseira e não "polentina"), feijão, algum tipo de carne (boi e frango, peixe com menos frequência), a carne também pode ser substituída por ovos (tem coisa melhor que polenta com ovo frito e banana frita??) algum legume cozido e saladas (crua e legumes em conserva). Sobremesa só no domingo. Domingo aliás é o dia do churrasco, com arroz, maionese de batatas e farofa e ás vezes uma massa como lasanha ou pastelão para acompanhar. Sopa algumas vezes por semana, mais no inverno e sempre na janta, raramente no almoço, a não ser a minestra (sopa de feijão) que costuma ser prato único de vários almoços. É isso.
Neide, eu sou de Minas, nascida em BH, mas toda a família é do Sudoeste do estado, região de Gauranésia, Guaxupé, Muzambinho, Poços de Caldas, Botelhos, para aquelas bandas. Lá em casa, a base da alimentação, fosse no almoço ou no jantar, era o arroz com feijão e uma proteina, geralmente carne de porco, vaca ou frango, ou ovo, e tudo o mais que estava no prato e fosse cozido, era "mistura". A salada, quase sempre presente, era uma categoria à parte. Podia ser de folhas e/ou de legumes crus (como cenoura e beterraba) ou cozidos (como vagem, cenoura, beterraba, chuchu). Uma das minhas favoritas era a salada de mogango cozido com molho de cebola e vinagre, que nunca mais vi em lugar nenhum... Hoje, morando no exterior, considero o arroz a base da minha alimentação, e costumo comer pouca carne, geralmente já misturada à "mistura" na hora de preparar, por praticidade, e bastante salada! :o)
Ah, esqueci de falar que "jantar"é coisa chique demais, só para situações formais (nunca tinha usado a palavra até mudar de Minas pra São Paulo) - no dia-a-dia, "janta"é o nome da última refeição do dia. Em casa, sempre comemomos pegando tudo direto da panela, a não ser que tenha visita, caso em que tudo vai para a mesa em bonitas travessas.
28- Stefano disse...
Sou de Ribeirão Preto/SP e de Belo Horizonte/MG e sim, dos dois, hora lá hora cá.
O costume nosso é arroz, feijão, salada e mistura. Ou seja tudo o resto, vegetal, animal ou os dois juntos.
Não temos regras quando a onde pegar, as vezes no fogão, outras na mesa ou parte em um e parte no outro.
O costume nosso é arroz, feijão, salada e mistura. Ou seja tudo o resto, vegetal, animal ou os dois juntos.
Não temos regras quando a onde pegar, as vezes no fogão, outras na mesa ou parte em um e parte no outro.
29 - Georges Lacombe disse...
Neide,
o uso da palavra mistura para indicar a proteína animal só conhecí quando vim morar em Campinas.No Rio de Janeiro, minha terra natal, mistura é um prato feito a base de arroz e ou farofa com tudo que sobrou na geladeira, incrementado muitas vezes com um ovo. Esse prato serve-se direto da frigideira onde é preparado e come-se na cozinha e nunca na sala de jantar.
Num almoço padrão no Rio na casa de minha avó (que tem hoje 94 anos) leva-se as comidas em travessas para mesa. Uma tigela de feijão preto, uma travessa arroz branco, uma travessa de salada de alface, tomate, agrião (de folhas grandes e bem picante), pepino e cebola crua. Uma travessa com a carne, normalmente bife de alcatra ou de fígado ou peito de frango com cebola refogada, uma travessa de purê de batata, finalmente uma travessa de legume que pode ser cenoura, brócolis (de cacho grande), abobora, abobrinha, vagem ou chuchu. Sobremesa sempre um doce caseiro (banana, abobora, doce de leite) e uma fatia de queijo minas. Café coado. Não se usa janta nunca sempre falamos jantar. Jantar quase sempre com sopa.
o uso da palavra mistura para indicar a proteína animal só conhecí quando vim morar em Campinas.No Rio de Janeiro, minha terra natal, mistura é um prato feito a base de arroz e ou farofa com tudo que sobrou na geladeira, incrementado muitas vezes com um ovo. Esse prato serve-se direto da frigideira onde é preparado e come-se na cozinha e nunca na sala de jantar.
Num almoço padrão no Rio na casa de minha avó (que tem hoje 94 anos) leva-se as comidas em travessas para mesa. Uma tigela de feijão preto, uma travessa arroz branco, uma travessa de salada de alface, tomate, agrião (de folhas grandes e bem picante), pepino e cebola crua. Uma travessa com a carne, normalmente bife de alcatra ou de fígado ou peito de frango com cebola refogada, uma travessa de purê de batata, finalmente uma travessa de legume que pode ser cenoura, brócolis (de cacho grande), abobora, abobrinha, vagem ou chuchu. Sobremesa sempre um doce caseiro (banana, abobora, doce de leite) e uma fatia de queijo minas. Café coado. Não se usa janta nunca sempre falamos jantar. Jantar quase sempre com sopa.
30 - Carla Menegat disse...
Nossa Neide, essa tua pesquisa me lembra coisas que tenho lido/pesquisado sobre história e antropologia da alimentação. E desculpa se vou meter meu bedelho, mas bom mesmo era tu perguntar se as pessoas podiam responder também se comem igual à como comiam na casa dos pais. Vejo essa transformação com muita força na minha geração ao menos (tenho 31 anos). Mas enfim, metido o bedelho vou dar minha contribuição.
Sou descendente de italianos lá da Serra Gaúcha e minha mãe chamava de mistura todos os acompanhamentos que não fossem arroz. Se o prato principal era polenta, o porco frito ou o frango à passarinho, o queijo com nata, a fortaia (espécie de fritata), as verduras refogadas, tudo era mistura, menos a salada, a mãe sempre referia a ela como "a salada".
Grosso modo, a mesa tinha um prato principal ( que podia ser dois, se fosse arroz e feijão, ou bife e arroz, ou estrogonofe e arroz, enfim, arroz não era mistura), a salada e a mistura. Legumes eram mistura, batata, abóbora ou mandioca (e seus purês) eram mistura, bolinhos e outras friturinhas eram mistura.
Aqui em casa, chamo tudo de acompanhamento, até porque nossa mesa tem menos pratos numa refeição que na casa da minha mãe tinha. Vida corrida, cozinha empobrecida. Meu marido, portoalegrense de família pelotense também reconhece o termo mistura, mas como eu, por alguma dessas modernidades não usa.
Dou aula metade da semana em Pelotas e lá vejo meus alunos usarem o termo com uma intimidade que só o cotidiano dá. Só pra te situar, dou aula num campus rural de um instituto federal. Tenho alunos que moram no campus em regime de internato e escuto todos os dias comentários sobre como a "mistura" do almoço era boa ou ruim naquele dia.
É comum na linguagem local o uso do termo bife e janta. Outro termo que tu podia pesquisar era "merenda". Desculpa é que acho que entra na mesma linha de indagação, rsrsrs, e fiquei curiosa.
Enfim, escrevi demais, mas tem alguma coisa no teu blog que me faz sentir como se estivesse sentada batendo um papo enquanto toma um mate...
Sou descendente de italianos lá da Serra Gaúcha e minha mãe chamava de mistura todos os acompanhamentos que não fossem arroz. Se o prato principal era polenta, o porco frito ou o frango à passarinho, o queijo com nata, a fortaia (espécie de fritata), as verduras refogadas, tudo era mistura, menos a salada, a mãe sempre referia a ela como "a salada".
Grosso modo, a mesa tinha um prato principal ( que podia ser dois, se fosse arroz e feijão, ou bife e arroz, ou estrogonofe e arroz, enfim, arroz não era mistura), a salada e a mistura. Legumes eram mistura, batata, abóbora ou mandioca (e seus purês) eram mistura, bolinhos e outras friturinhas eram mistura.
Aqui em casa, chamo tudo de acompanhamento, até porque nossa mesa tem menos pratos numa refeição que na casa da minha mãe tinha. Vida corrida, cozinha empobrecida. Meu marido, portoalegrense de família pelotense também reconhece o termo mistura, mas como eu, por alguma dessas modernidades não usa.
Dou aula metade da semana em Pelotas e lá vejo meus alunos usarem o termo com uma intimidade que só o cotidiano dá. Só pra te situar, dou aula num campus rural de um instituto federal. Tenho alunos que moram no campus em regime de internato e escuto todos os dias comentários sobre como a "mistura" do almoço era boa ou ruim naquele dia.
É comum na linguagem local o uso do termo bife e janta. Outro termo que tu podia pesquisar era "merenda". Desculpa é que acho que entra na mesma linha de indagação, rsrsrs, e fiquei curiosa.
Enfim, escrevi demais, mas tem alguma coisa no teu blog que me faz sentir como se estivesse sentada batendo um papo enquanto toma um mate...
31 - Márcia Carvalho de Souza disse...
Na minha casa a base é arroz, feijão e carne. Não usamos o termo mistura, mas aqui em Cuiabá, onde moro, é bastante comum esse termo. Para nós, em casa, além do básico, sempre tem um legume, ou verdura, ou salada, farofa também gostamos muito.
32 - Evandro Hernandes disse...
Hoje tenho 50 anos. Morei com meus pais até os 28, quando casei. Tenho duas filhas. Até quando estive lá na casa dos meus pais, era comum perguntar o que tinha de mistura. Era uma herança cultural dos pais deles, mantida em casa. Entretanto, essa herança não foi repassada, por motivos que não sei dizer. Hoje nem eu, nem minha esposa nem minhas filhas falamos de mistura. Moramos na região centro-oeste do Estado de São Paulo, na cidade de Catanduva.
Hoje eu procuro servir tudo à mesa, na própria panela às vezes e em outros recipientes na maioria das ocasiões. Procuramos cozinhar em panelas um pouco bonitas, que cabem bem sobre suportes que recebem coisas quentes. E assim vão à mesa. São panelas de aço in0x ou de alumínio colorido. Desta forma cada um pode montar o seu prato, ora tudo junto, ora em etapas, separado, conforme o gosto de cada um. Raramente vamos até a panela, no fogão, montar o prato. E neste caso não se come por etapas. Só se volta ao fogão para repetir ou reforçar um ou outro componente do prato que acabou de ser comido.
Sopa é muito difícil. Salada sempre. Esta é habitualmente de alface, a hortaliça mais pródiga nas gôndolas dos supermercados. A mistura é normalmente um bife ou uma carne de panela, com ou sem batata. Às vezes um ovo, mas raramente solteiro. Abobrinha refogada também comparece com frequência. Bem, isso é o mais comum, mas há variantes interessantes como uma massa no final de semana (a macarronada clássica sumiu), uma carne assada, churrasco (no domingo sempre). Polenta nem todo mundo aprecia (comida de pobre!), uma costelinha de porco, um franguinho na panela (mais coxa e sobrecoxa que o resto). Há ainda o quiabo, o espinafre com ovo, a escarola, a couve e o xuxu, todos refogados.
Basicamente isso.
Hoje eu procuro servir tudo à mesa, na própria panela às vezes e em outros recipientes na maioria das ocasiões. Procuramos cozinhar em panelas um pouco bonitas, que cabem bem sobre suportes que recebem coisas quentes. E assim vão à mesa. São panelas de aço in0x ou de alumínio colorido. Desta forma cada um pode montar o seu prato, ora tudo junto, ora em etapas, separado, conforme o gosto de cada um. Raramente vamos até a panela, no fogão, montar o prato. E neste caso não se come por etapas. Só se volta ao fogão para repetir ou reforçar um ou outro componente do prato que acabou de ser comido.
Sopa é muito difícil. Salada sempre. Esta é habitualmente de alface, a hortaliça mais pródiga nas gôndolas dos supermercados. A mistura é normalmente um bife ou uma carne de panela, com ou sem batata. Às vezes um ovo, mas raramente solteiro. Abobrinha refogada também comparece com frequência. Bem, isso é o mais comum, mas há variantes interessantes como uma massa no final de semana (a macarronada clássica sumiu), uma carne assada, churrasco (no domingo sempre). Polenta nem todo mundo aprecia (comida de pobre!), uma costelinha de porco, um franguinho na panela (mais coxa e sobrecoxa que o resto). Há ainda o quiabo, o espinafre com ovo, a escarola, a couve e o xuxu, todos refogados.
Basicamente isso.
33 - aguiar disse...
Ah! Neide que pergunta maravilhosa!!
Minhas melhores lembranças estão sempre em volta de uma boa mesa! Boa mesa = FARTURA.Sou de uma família muuuuito grande, os almoços de domingo,qdo criança, era na casa do meu avô, e lá tinha todas as opções de proteína: peixe, galinha, carne, pato, porco e mais arroz, macarrão, feijão, pirão, farofa, polenta...tudo na mesma mesa (gigante)e cada um escolhia o que queria comer, podia misturar a vontade! Chamamos de MISTUREBA.
Hj na minha casa, qdo nos juntamos, ainda fazemos umas misturas assim rsrsrsr.Por exemplo, domingo chamei meus irmãos para almoçar comigo, então fiz feijão rajado com legumes, arroz, salada verde com tomate, legumes cozidos no vapor, peixe assado, farofa e frango desfiado ao molho de tomate.E foi muito bom, minha filha disse: É mãe hj o almoço tá uma mistureba só! Aí cada um fica a vontade pra comer o que mais gosta, ou quem sabe um pouquinho de cada coisa!
E assim a vida segue mais leve, sem muito mimimi. Bjos
Minhas melhores lembranças estão sempre em volta de uma boa mesa! Boa mesa = FARTURA.Sou de uma família muuuuito grande, os almoços de domingo,qdo criança, era na casa do meu avô, e lá tinha todas as opções de proteína: peixe, galinha, carne, pato, porco e mais arroz, macarrão, feijão, pirão, farofa, polenta...tudo na mesma mesa (gigante)e cada um escolhia o que queria comer, podia misturar a vontade! Chamamos de MISTUREBA.
Hj na minha casa, qdo nos juntamos, ainda fazemos umas misturas assim rsrsrsr.Por exemplo, domingo chamei meus irmãos para almoçar comigo, então fiz feijão rajado com legumes, arroz, salada verde com tomate, legumes cozidos no vapor, peixe assado, farofa e frango desfiado ao molho de tomate.E foi muito bom, minha filha disse: É mãe hj o almoço tá uma mistureba só! Aí cada um fica a vontade pra comer o que mais gosta, ou quem sabe um pouquinho de cada coisa!
E assim a vida segue mais leve, sem muito mimimi. Bjos
34 - Neusa Mitsuko disse...
Oi Neide,sou descendente de japoneses, nissei( primeira geração NASCIDA no Brasil). Na minha infância, sempre teve gohan ( arroz cateto),e Okazu ( tudo que não era arroz). Muita verdura refogada ( minha mãe aprendeu a refogar usando óleo, alho , cebola aqui no Brasil),ou em forma de oshitashi ( verdura cozida rapidamente na água,espremida para tirar o excesso de água, com shoyu) frango ensopado com batatas,ou inhame, assado era raro, gastava muito gás,aliás, tudo que era preparado no forno gastava muito gás, então bolos e assados,só no Oshougatsu ( Ano Novo).Comíamos muito ovo, na época tínhamos granja, meu preferido era omelete e mingau de maizena com gemas no lanche.Passava mal se comia bife! Sopa era mishoshiru, de tofu era raro, era mais de inhame ( imô). Cebolinha (negui) não faltava, plantava-se sempre.Feijão tinha com frequência, não sei quando aprederam a comer, carne seca, bacalhau, linguiça, quando nasci, já comiam.Hoje tenho 57 anos ( caçula de 10 filhos), na minha casa tem arroz , feijão, salada,alguma proteína, legume ou verdura refogada com missô,com shoyu, refeição japonesa completa, só esporadicamente. Sushi, sashimi , só em momentos festivos.
35 - João Pedro disse...
Sou do Rio/RJ. Nunca ouvi essa expressão. Pelas fotos acho que entendi o que é, mas não conhecia o termo.
36 - Mary Cavalari D'Avanzo disse...
olá!
Sou de Bragança paulista (SP) e por aqui usa-se normalmente o termo "mistura" para designar tudo o que acompanha o arroz e feijão nosso de cada dia
Sou de Bragança paulista (SP) e por aqui usa-se normalmente o termo "mistura" para designar tudo o que acompanha o arroz e feijão nosso de cada dia
Em casa gosto de servir a refeição em travessas, pois acho mais bonito para os olhos.
No dia a dia sirvo sempre arroz, feijão, salada de folhas (alface, rúcula, agrião, escarola, almeirão, alternadas) com tomates e cebolas.
Uma carne (porco, boi ou frango, quase nunca frita, )
uma verdura refogada (espinafre, couve, escarola)
e algum tipo de legume, que pode ser também em forma de salada (se o tempo estiver quente) ou refogada se for no inverno.
Um suco de frutas natural e uma sobremesa, que pode ser uma gelatina, uma fruta, um pedaço de bolo, ou uma compota de frutas.
No dia a dia em casa somos 6 pessoas na hora das refeições, e eu sempre digo que fazer o almoço, é na verdade minha hora de lazer e terapia, pois adoro o que faço.
Sopa faço geralmente na hora do jantar, porém só no inverno. No geral, é apenas um lanche e servido apenas para 3 pessoas, então costumo brincar dizendo que meu jantar é sempre constituído de pão e queijo (vindo direto de Toledo - MG, maravilhoso, diga-se passagem.
Então é assim que são as refeiçoes no dia a dia em nossa casa.
Bjs, Neide!
Mary Cavalari
No dia a dia sirvo sempre arroz, feijão, salada de folhas (alface, rúcula, agrião, escarola, almeirão, alternadas) com tomates e cebolas.
Uma carne (porco, boi ou frango, quase nunca frita, )
uma verdura refogada (espinafre, couve, escarola)
e algum tipo de legume, que pode ser também em forma de salada (se o tempo estiver quente) ou refogada se for no inverno.
Um suco de frutas natural e uma sobremesa, que pode ser uma gelatina, uma fruta, um pedaço de bolo, ou uma compota de frutas.
No dia a dia em casa somos 6 pessoas na hora das refeições, e eu sempre digo que fazer o almoço, é na verdade minha hora de lazer e terapia, pois adoro o que faço.
Sopa faço geralmente na hora do jantar, porém só no inverno. No geral, é apenas um lanche e servido apenas para 3 pessoas, então costumo brincar dizendo que meu jantar é sempre constituído de pão e queijo (vindo direto de Toledo - MG, maravilhoso, diga-se passagem.
Então é assim que são as refeiçoes no dia a dia em nossa casa.
Bjs, Neide!
Mary Cavalari