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Presentes cearenses

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Hermano e Manoela vieram do Ceará passear em São Paulo e nos visitar. Foram nossos hóspedes abandonados à própria sorte e felizmente se sentiram muito íntimos aqui em casa de modo que se viraram sozinhos tanto pela cidade quanto na cozinha. Tivemos que ir a Piracaia enquanto eles percorriam o bairro da Liberdade, visitaram mercados, lojas, foram explorados no Mercadão (40 reais uma fruta?) etc. E enquanto estivemos juntos tiveram que ver duas oficinas minhas no Sesc, uma no começo e outra no final da estadia deles por aqui. E ainda ajudaram a arrumar as tralhas, fazer plaquinhas, arrumar cozinha. Para completar toda a  gentileza da visita, cozinharam pra mim no sábado enquanto eu me preparava pra aula que daria no dia seguinte. Quer amigos melhores que esses? Já apareceram no Come-se, lembra-se?

O bom é que no pouco tempo que passamos juntos, rimos bastante, trocamos figurinhas, comemos e bebemos. Hermano é professor de gastronomia na Universidade Federal do Ceará e tem gostos e interesses muito parecidos com os meus, então a gente aprende e descobre coisas um com o outro o tempo todo. E Manoela que nem é da área também é inventiva - criou, por exemplo, uma manteiga e um azeite de trufas que ficam iguaizinhos aos comprados, só que feitos com cogumelo shiitake desidratado e moído.  No jantar que fizeram pra mim e pro Marcos, usaram a manteiga junto com cogumelos frescos para servir com macarrão.  Para acompanhar, queijo Canastra ralado com raspas de limão-cidra, que trouxeram de presente. Ficou divino.

Refrigerantes naturais com limão-cidra e hibisco. Manoela conferindo. 
O mesmo limão virou refresco com água com gás. O hibisco seco que lhes dei de presente também fez um refresco delicioso temperado com ervas do meu quintal e misturado com água gasosa. Tudo improvisado pela Manoela. 

Hermano virando os bolinhos de queijo
Antes do macarrão, comemos bolinhos de queijo com goma inventados pelo Hermano e feitos naquela minha frigideira de takoyaki. Basta misturar ovos com polvilho e pedaços de queijo. Ele colocou também pimenta. Mas vou deixar pra falar mais dele no quinta sem trigo. É uma ótima opção aos pães tradicionais e muito mais fácil que fazer um verdadeiro pão de queijo.  

Castanha e caju - separados no nascimento. Processados, juntos para sempre
Entre os presentes da mala, panela de cerâmica rendada da comunidade de Cascavel, coador de pano com cabinho de madeira, castanha de caju e caju passa (pra comer juntos), manteiga de garrafa, azeite de "trufa", limão-cidra (tão bom quanto o siciliano), queijos de coalho e manteiga, pilão e devo estar esquecendo itens. 

Agora é torcer para que nos encontremos em breve com mais tempo para usar a panela de barro e todos os ingredientes cearenses que me caem tão bem.  E para que eu tenha sempre perto de mim pessoas queridas como Hermano e Manoela. 

Panela de Cascavel 


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