O festival do umbu em Uauá é falado na região. Esta foi sua sexta edição e minha terceira vez, a convite da Coopercuc. Estiveram lá vários especialistas discutindo a questão da biodiversidade, da água, da desertificação, do manejo do umbu, dos cuidados no cultivo, novos plantios etc. Entre os expositores, não só fabricantes de derivados do umbu, mas também órgãos de pesquisa, produtores de itens da caatinga e artesãos.
No estande da Embrapa, por exemplo, havia muitas variedades de umbus, de vários tamanhos e diferentes tonalidades de amarelo ao vinho. Entre as variedades estava o umbu gigante, produzido por enxertia a partir de cultivares selecionadas no próprio sertão. Há umbu que pode chegar a 180 gramas. Isto é incrível, já que o mais comum é tão pequeno como um limãozinho galego. Ganhei uma muda e espero que produza ao menos folhas azedinhas para fazer refresco porque fruto, fruto mesmo, não espero muito já que a planta gosta de calor. Adoraria, mas aceito os caprichos da natureza. Já folhas, estas sim, espero vê-las brotarem no galho que chegou careca aqui depois da estressante viagem - para ele, não pra mim, acomodado numa caixa entre mosquiteiros, todo abafado, jogado nas esteiras, andando de lá pra cá. Eu vim bem, gracias.
Já falei tanto de umbu aqui no Come-se, que tudo me parece repetitivo de contar. Embora para mim nada se repita. Mas acho que da marmelada de carocinhos nunca falei. Desta vez tive oportunidade de ver, conversar com quem fez, e provar deste doce tão incrível e tão em risco de sumir do mapa. Dona Teresinha ainda faz. Diz que é só cozinhar os umbus, espremer os caroços e ir colocando sobre uma tábua para fazer um murinho que vai suportar o doce. Tem que ser os caroços ainda quentes para que a própria geleia da fruta sirva de amalgama quando o muro esfriar. A polpa sem caroço vai ao fogo para apurar bem. Quando estiver num ponto de pasta, despeja na piscina de caroços e leva ao sol para secar. O resultado é um doce de cortar firme, azedinho com doce suave, como damasco. A doçura vem da própria fruta. Perguntei para muitos jovens se sabiam fazer e ninguém mais sabe. Vou ver se inscrevo este doce na Arca do Gosto, do Slow Food (aliás, se você conhece alguma comida ou ingrediente raros, que estejam em risco de desaparecer, pode também apresentar a candidatura).
De novidade neste ano tem também o fato de que a Coopercuc ganhou um terreno da prefeitura e está construindo uma nova fábrica, bem grande, como aquele povo trabalhador merece.
Seguem apenas algumas fotos:
No estande da Embrapa, por exemplo, havia muitas variedades de umbus, de vários tamanhos e diferentes tonalidades de amarelo ao vinho. Entre as variedades estava o umbu gigante, produzido por enxertia a partir de cultivares selecionadas no próprio sertão. Há umbu que pode chegar a 180 gramas. Isto é incrível, já que o mais comum é tão pequeno como um limãozinho galego. Ganhei uma muda e espero que produza ao menos folhas azedinhas para fazer refresco porque fruto, fruto mesmo, não espero muito já que a planta gosta de calor. Adoraria, mas aceito os caprichos da natureza. Já folhas, estas sim, espero vê-las brotarem no galho que chegou careca aqui depois da estressante viagem - para ele, não pra mim, acomodado numa caixa entre mosquiteiros, todo abafado, jogado nas esteiras, andando de lá pra cá. Eu vim bem, gracias.
Já falei tanto de umbu aqui no Come-se, que tudo me parece repetitivo de contar. Embora para mim nada se repita. Mas acho que da marmelada de carocinhos nunca falei. Desta vez tive oportunidade de ver, conversar com quem fez, e provar deste doce tão incrível e tão em risco de sumir do mapa. Dona Teresinha ainda faz. Diz que é só cozinhar os umbus, espremer os caroços e ir colocando sobre uma tábua para fazer um murinho que vai suportar o doce. Tem que ser os caroços ainda quentes para que a própria geleia da fruta sirva de amalgama quando o muro esfriar. A polpa sem caroço vai ao fogo para apurar bem. Quando estiver num ponto de pasta, despeja na piscina de caroços e leva ao sol para secar. O resultado é um doce de cortar firme, azedinho com doce suave, como damasco. A doçura vem da própria fruta. Perguntei para muitos jovens se sabiam fazer e ninguém mais sabe. Vou ver se inscrevo este doce na Arca do Gosto, do Slow Food (aliás, se você conhece alguma comida ou ingrediente raros, que estejam em risco de desaparecer, pode também apresentar a candidatura).
De novidade neste ano tem também o fato de que a Coopercuc ganhou um terreno da prefeitura e está construindo uma nova fábrica, bem grande, como aquele povo trabalhador merece.
Seguem apenas algumas fotos:
Marmelada de caroço (o caroço não se come, tá?) |
Dona Teresinha é quem fez |
Toda criança sabe escolher |
É azedinho, mas é bom, muito bom |
Umbus selecionados pela Embrapa. Muitas variedades |
Adilson, presidente da Coopercuc |
Um desses umbuzeiros veio comigo |
Na feira, mel de florada de umbu e vinho ou vinagre de umbu (concentrado da fruta para fazer umbuzada, refresco, usar como tempero) |
Marquinho, de branco, marido da diretora comercial da Coopercuc, Jussara, ajudando na construção do prédio da cooperativa |
Visita às futuras instalações |