Não, não é de comer. Pelo menos dessa vez. Embora estas lesmas sejam limpinhas e talvez tenham sabor de coco, eu só encararia se elas tivessem comido todos os meus matos. Do contrário, prefiro disputar a mesma comida delas: minhas folhas de ora-pro-nobis, beldroegas, majorgomes, polpa de abacate, batatas etc.
E na batalha pela comida, inevitavelmente cometemos maldades, afinal tenho ao menos de tirá-las do meu território.
A tarefa era árdua sempre que a terra estava muito úmida. Agora é a vez delas, com estas chuvas contínuas de primavera. Tentei várias armadilhas. Uma ou outra aparecia ali junto ao paninho umedecido com leite ou uma tampinha com cerveja, mas nada se compara a estas cascas de coco que emborquei no jardim por puro apego - deixe aí, uma hora hão de servir para alguma coisa: um vaso, uma cuia, lascas para carvão. Havia ainda restos de coco aderidos e elas já haviam sido utilizadas para embalar doces, feitos pelo Manuel das mandiocas, da feira do bairro. Talvez. Mas acho que havia também cuias ainda não usadas, só raspadas, com restinhos de coco fresco, que peguei com o Manuel. Já tem tempo, não me lembro bem. Resumindo, eram cascas de cocos não limpas totalmente do que continham.
Mas um dia já não tinha mais vasinhos para colocar mudas e resolvi finalmente usar as cascas. Quando peguei, a surpresa: um monte de lesmas gordas, gordurosas, flofis, que encontraram num só lugar, casa e comida. Eca. Foi só ferver todas elas num balde e jogar fora. Triste fim. Podia ao melhor tê-las cozinhado em leite de coco: escargots aux lait de coco.
E na batalha pela comida, inevitavelmente cometemos maldades, afinal tenho ao menos de tirá-las do meu território.
A tarefa era árdua sempre que a terra estava muito úmida. Agora é a vez delas, com estas chuvas contínuas de primavera. Tentei várias armadilhas. Uma ou outra aparecia ali junto ao paninho umedecido com leite ou uma tampinha com cerveja, mas nada se compara a estas cascas de coco que emborquei no jardim por puro apego - deixe aí, uma hora hão de servir para alguma coisa: um vaso, uma cuia, lascas para carvão. Havia ainda restos de coco aderidos e elas já haviam sido utilizadas para embalar doces, feitos pelo Manuel das mandiocas, da feira do bairro. Talvez. Mas acho que havia também cuias ainda não usadas, só raspadas, com restinhos de coco fresco, que peguei com o Manuel. Já tem tempo, não me lembro bem. Resumindo, eram cascas de cocos não limpas totalmente do que continham.
Mas um dia já não tinha mais vasinhos para colocar mudas e resolvi finalmente usar as cascas. Quando peguei, a surpresa: um monte de lesmas gordas, gordurosas, flofis, que encontraram num só lugar, casa e comida. Eca. Foi só ferver todas elas num balde e jogar fora. Triste fim. Podia ao melhor tê-las cozinhado em leite de coco: escargots aux lait de coco.
Os doces de coco feitos pelo Manuel |
Melhor usar assim. É só pedir na feira e emborcar no jardim |
Cuias de quenga de coco |