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Mala cheia de Goiania 2

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As coisas começam a se acalmar por aqui e vamos fazer de conta de voltei ontem de Goiânia, onde participei da Festa Gastronômica Nossa Pitada. Só para não sentir que o assunto já esfriou, pois ainda ferve em mim a vontade de ir pra cozinha ou pra terra lidar com tudo o que pesou na mala. E o farei com o que sobrou. 

Quem sabe eu possa flambar com aguardente de jabuticaba a banana-marmelo caramelada no mel de favas de bolotas da Chapada das Mesas. Ou misturar o mel de florada de jabuticaba com o açafrão-da-terra de Mara Rosa para limpar a voz. Ralar o inhame roxo comprado no Mercado Municipal na banca do Seu Agostino, fazer mingau e comer com a farinha de mandioca bijuzada. E enfeitar um bolo de merengue bem branco com as rosas de coco da Dona Doceira. Plantar a baunilha do Cerrado para com suas favas aromatizar um doce de leite bem gordo. Ou comer o doce de leite já pronto embalado em palha de milho do mercado. Plantar o chuchu, triturar a cúrcuma já cozida e seca e usar com fatias finas das chalotinhas para temperar o chuchu verde forte que já brota. E levar também pra terra jacatupé, mangarito e cará moela, todos da banca do seu Agostino, para que cresçam, se multipliquem e encham de comida minhas cumbucas pretas de barro - lá usadas para assar empadões. Ou fazer sorvete com a banana marmelo para comer com compota de jabuticaba. Ou beber a pinga acompanhada do cajuzinho do Cerrado com sal. Ou não. Isto tudo se fosse ontem, pois pelo menos o cajuzinho já comi todo de uma só sentada, que eu não sou de aço pra resistir a tanta tentação.  


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