Na Ilha do Marajó, os cajus abundam nesta época |
Não é dizer também que preparado com sal o caju seja melhor que consumido in natura. O que acontece é que quando é época de caju, cajueiros velhos dão muito fruto. Nem sempre compensa vender, nem sempre tem tanto bicho para comê-lo e ninguém dá conta de chupar tanta fruta ou tomar tanto suco.
Sobra, então, tentar aproveitá-lo de todas as formas. Neste sentido, a "carne de caju"é uma ótima opção. Basta cortar o fruto em fatias ou cubos e espremer bem no espremedor de batatas, restando assim só as fibras temperadas com o adocicado e perfume do fruto que combinam bem com temperos comuns na nossa cozinha: sal, alho, cebola, tomate, pimentão, pimenta, coentro, limão, leite de coco etc. (o suco espremido, você bebe, é claro). Basta fazer um bom refogado, juntar os pedacinhos de caju e deixar cozinhar um pouco, com água ou leite de coco. No final, umas folhas de coentro, umas gotas de limão e vai quentinho pra mesa pra comer com arroz. Mais um alimento proteico - um ovo, um pedaço de carne etc, uma salada de folhas e já está!
Na Ilha do Marajó, improvisei um tipo de moqueca com a carne de caju - não é nenhuma novidade, acho até que já publiquei alguma receita por aqui. Mas é só pra dizer que você pode aproveitar os pedacinhos de caju espremidos em vários pratos com molho. Se fizer um molho de moqueca, vai lembrar peixe. Se fizer um molho de estrogonofe, vai lembrar carne. Se fizer um curry, vai lembrar frango.
Cajuzinho amarelo, no Marajó |
A foto está horrível, mas o sabor esteve bom - usei folhas de cipó de alho do Marajó picadas finamente com a pimenta. E pimenta-de-cheiro, coentro, leite de coco. |