Muitas delas trabalham em escolas rurais e grande parte lida com muitas dificuldades no dia-a-dia. Em comum, todas têm que ser criativas e levar tempero de casa para tornar mais palatável a tal da carne de soja - eu que pensei que carne de soja fosse coisa de anos oitenta....
A atividade faz parte do grande projeto "Tecendo elos na comercialização de agricultura familiar do sertão do São Francisco", com o objetivo de contribuir para ampliar a comercialização da agricultura familiar. Fui contratada pela Coopercuc, parceira neste projeto com o Programa Semear, para dar estas oficinas de capacitação para as merendeiras das escolas da rede pública municipal e estadual.
Falei das boas práticas na manipulação de alimentos e fiquei impressionada de saber que a maioria delas nunca recebeu uniformes nem treinamento. Elas usam esmaltes nas unhas, unhas compridas, brincos, colares, blusas sem manga, sandálias, cabelos soltos. Para a oficina, usaram os aventais que a Coopercuc mandou fazer e a faixa na cabeça, sugestão minha. Li trechos do livro "Vamos Comer - Da viagem das merendeiras, crônicas e conversas" da Nina Horta, discutimos sobre as dificuldades que enfrentam, e falamos de brincadeiras de infância.
No começo, elas estavam meio reticentes. Depois, quando começaram a recordar a forma como brincavam de casinha, foram se descontraindo. Aprendi muito com elas. De um modo geral, as brincadeiras envolviam comidinhas em cacos e panelinhas de cerâmica, que eram recheadas com folhas de bredo, beldroegas, língua de vaca, folhas de umbu. Uma disse que ia pra mata com estilingue, matava um passarinho e tratava como galinha. Depois assava na fogueirinha e comia com outras crianças. Chamavam de picnic esta refeição fora de casa. Outra refogava um bredo, bem picadinho, tudo bem explicadinho, ia buscar um pouco de farinha e fazia uma farofa. E uma delas disse que roubava um naco de bode de sol, bem pequeno, pra mãe não perceber. O xiquexique assado sempre aparecia, o mocó de macambira também. De interessante apareceu ainda o café de fedegoso - sementes torradas e socadas no pilão, a palma nova picadinha e tantas outras curiosidades.
Depois, diante de uma mesa cheia de hortaliças da agricultura familiar, fizemos alguns preparos com mandioca, como bolo de mandioca com abóbora, mandioca com molho de tomate ao forno com queijo de cabra, e beijus coloridos (couve, cenoura e beterraba), recheados com queijo ou banana, canela e queijo de leite de cabra.
Vejam cá algumas fotos - participaram também estagiárias da Coopercuc, diretora e funcionárias da instituição que nos emprestou o espaço para as oficinas, e a nutricionista do município.
A atividade faz parte do grande projeto "Tecendo elos na comercialização de agricultura familiar do sertão do São Francisco", com o objetivo de contribuir para ampliar a comercialização da agricultura familiar. Fui contratada pela Coopercuc, parceira neste projeto com o Programa Semear, para dar estas oficinas de capacitação para as merendeiras das escolas da rede pública municipal e estadual.
Falei das boas práticas na manipulação de alimentos e fiquei impressionada de saber que a maioria delas nunca recebeu uniformes nem treinamento. Elas usam esmaltes nas unhas, unhas compridas, brincos, colares, blusas sem manga, sandálias, cabelos soltos. Para a oficina, usaram os aventais que a Coopercuc mandou fazer e a faixa na cabeça, sugestão minha. Li trechos do livro "Vamos Comer - Da viagem das merendeiras, crônicas e conversas" da Nina Horta, discutimos sobre as dificuldades que enfrentam, e falamos de brincadeiras de infância.
No começo, elas estavam meio reticentes. Depois, quando começaram a recordar a forma como brincavam de casinha, foram se descontraindo. Aprendi muito com elas. De um modo geral, as brincadeiras envolviam comidinhas em cacos e panelinhas de cerâmica, que eram recheadas com folhas de bredo, beldroegas, língua de vaca, folhas de umbu. Uma disse que ia pra mata com estilingue, matava um passarinho e tratava como galinha. Depois assava na fogueirinha e comia com outras crianças. Chamavam de picnic esta refeição fora de casa. Outra refogava um bredo, bem picadinho, tudo bem explicadinho, ia buscar um pouco de farinha e fazia uma farofa. E uma delas disse que roubava um naco de bode de sol, bem pequeno, pra mãe não perceber. O xiquexique assado sempre aparecia, o mocó de macambira também. De interessante apareceu ainda o café de fedegoso - sementes torradas e socadas no pilão, a palma nova picadinha e tantas outras curiosidades.
Depois, diante de uma mesa cheia de hortaliças da agricultura familiar, fizemos alguns preparos com mandioca, como bolo de mandioca com abóbora, mandioca com molho de tomate ao forno com queijo de cabra, e beijus coloridos (couve, cenoura e beterraba), recheados com queijo ou banana, canela e queijo de leite de cabra.
Vejam cá algumas fotos - participaram também estagiárias da Coopercuc, diretora e funcionárias da instituição que nos emprestou o espaço para as oficinas, e a nutricionista do município.