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É tudo couve neste inverno

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Colhi no sítio: couve do repolho, couve variegata, couve-chinesa (chamada
de acelga), couve-rábano, couve roxa e couve manteiga 
Couve é cultura de inverno, é uma das verduras mais abundantes no mercado, mas nem por isto precisamos nos contentar apenas com a querida couve-manteiga para acompanhar a feijoada ou completar o minestrone. Já falei mais extensivamente sobre ela aqui: http://come-se.blogspot.com.br/2010/09/couves-e-couves.html.  

Todas couves são da mesma espécie, descendentes de um ancestral silvestre comum. O que muda é a variedade. Algumas são de cabeça (repolho), outras não (couve-manteiga, couve-tronchuda, couve-chinesa). Algumas se especializaram nas flores (brócole, couve flore), outras no bulbo (couve-rábano) e algumas nos brotos (couve-de-bruchelas). O que todas estas tem em comum? Todas elas, mesmo as que são apreciadas por suas outras partes, têm folhas comestíveis e gostosas.  O que a gente vê nas feiras é um verdadeiro desperdício de alimento. Montanhas de folhas de brócolis e couve-flor são jogadas fora todos os dias, fora as que nem vão para o mercado, já descartadas no campo.  Além das folhas, os talos também são ótimos ingredientes e não tem porque jogá-los fora. Entram em sopas de legumes, no arroz, na fritada, na salada, na farofa. 

Estas das fotos, colhi no sítio. E o engraçado é que venho cultivando um pé de repolho como couve comum. Ele começou a formar a cabeça, mas não colhi. Foi então crescendo pra cima e eu fui arrancando as folhas de baixo. Agora sempre posso colher as folhas verdes que são meio curvadas, boas pra fazer repolho recheado e também pra refogar como couve comum. 

Nasceu também na horta outro tipo de couve, a chinesa (Brassica rapa var. pekinensis), que todo mundo chama de acelga (mas acelga é outra espécie, parente da beterraba, de folhas grandes com uma nervura central branca e grande como a da couve-chinesa, daí a confusão). Deve ter vindo a semente misturada com a de outra espécie e foi crescendo, crescendo. Só então percebi que era uma couve-chinesa de folhas soltas - as da folha não estão com nervuras grandes, mas as folhas mais externas, que já comi, estas sim. Posso ir colhendo as folhas uma a uma e elas são verdes escuras e não amarelas como na tradicional.  

Fora isto, tem as couves comidas como couves mesmo e elas não são todas manteigas, molinhas, verde lisinhas. Tenho plantada a rendada, a variegata com manchas brancas e a de veios roxos. A variegata é bastante ornamental, mas também gostosa. Como este é um defeito da planta, ela vive tentando se corrigir, por isto um broto pode acontecer de vir normal, uniformemente verde. 

Agora, meu xodó, em se tratando de couves, é a couve-rábano. Além das folhas macias e dos talos fininhos, os bulbos são deliciosos. Quando cozidos, lembram a couve-flor. E se forem cozidos no leite e gratinados, então, ficam ainda mais apetitosos. Depois dou receita.  

Na horta comunitária City Lapa também plantei algumas variedades, incluindo o broto que nasceu no pé de repolho. Um vizinho já me veio me contar que todos os dias colhe uma folha para seu suco verde - o bom das couves é que podem ser comidas cruas (diferente da taioba, por exemplo).  E quer outra vantagem? um pezinho dela ocupa pouquíssimo espaço e pode produzir muito num pequeno espaço de jardim. É uma espécie rústica, requer poucos cuidados e pega fácil de broto de uma planta adulta. E o inverno é a estação ideal para plantar e colher couves. 

Algumas couves que colhi: 

Couve-chinesa (ou acelga) de folhas soltas - sabor de mostarda

Couve-rábano

couve do repolho

couve variegata

couve rendada

Talos de vários tipos de couve 
Na horta comunitária City Lapa



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