No outro dia, guardado em geladeira, o mingau estará mais firme e lembrará ainda mais mingau de aveia |
Ontem, falei do mingau do Marajó e aqui deixo a receita da Dona Jerônima Brito. Coco por ali tem em abundância, então sua comida é sempre perfumada com leite de coco. Os mingaus não são doces, mas neutros, bem herança indígena. Nada de leite condensado, creme de leite. É coisa simples. Um pouco de açúcar ou mel, um pouco de sal e água, leite ou leite de coco. Se quiser, cabe uma colherada de manteiga, para derreter sobre a superfície quente e abrir ainda mais o apetite como primeira comida do dia, forte, substanciosa, mas delicada no trato e contato, no escorregar visguento pela garganta com a fome da manhã.
Tapioca, pupunha, canjica, banana, tudo vira mingau. E aqui dona Jerônima usou a banana sapo, conhecida em outros cantos como banana figo, banana pão, couruda ou, como se diz em Goiás, banana marmelo (já falei dela aqui). É boa para se comer cozida, frita ou assada. Se estiver madura, pode ser apenas amassada ou passada no liquidificador com o leite de coco para o mingau. Neste caso, deve ir mais banana ou menos leite, pois o amido se transformou em açúcar, que não engrossa. E, claro, menos açúcar, pois já estará doce. Mas com a banana verde, o amido fará o mingau engrossar rapidamente. E é preferível ralar grosso, deixando o creme com textura de mingau de aveia.
Mingau de banana sapo. Por Jerônima Brito
A receita da Dona Jerônima é simples: 3 bananas verdes raladas, 3 litros de leite, 3 colheres (sopa) de açúcar, 1 pitada de sal. Coloca a banana com um pouco de leite de coco, o açúcar e o sal no fogo e vai cozinhando sem parar de mexer. À medida que vai engrossando, vai juntando mais leite de coco. Quando todo o leite tiver sido incorporado e o mingau estiver cremoso, está pronto. Cerca de 20 minutos de cozimento. Rende umas 8 porções.
Verdes ou maduras podem ser usadas no mingau |
Mexe sem parar |
Se parar de mexer, o leite de coco talha |
E nhac! |