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Comidas de Piracaia. De onde vem, pra onde vão

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Abobrinhas colhidas, doces, doces
O tempo é muito curto em Piracaia. Este é o defeito de lá. Geralmente chegamos no sábado já na hora do almoço e voltamos no domingo no final da tarde. Não vejo a hora de poder ficar mais, mas por enquanto ainda temos que passar a semana em São Paulo. 

E o trânsito, o asfalto hostil e a poluição me fazem apetecer ainda mais este hiato no campo. Então, quando estamos lá, não paramos um minuto, aproveitando cada detalhe. Na chegada já nos costumamos a passar no supermercado Goyo, no bairro Batatuba, onde encontramos ótima carne e um ótimo açougueiro  - Seu João faz uma linguiça de porco deliciosa, só com temperos que a gente conhece o nome. Às vezes chego e ela está enchendo as tripas. Do porco destrinchado por ele, tira os dois joelhos, embala e coloca na gôndola. Comprei os dois desta vez. Diz que não se pode desperdiçar nada. As pontas disso e daquilo,  moi e rotula "carne pra cachorro". 

No caminho, antes de chegar ao nosso sitio, dei sorte de encontrar um pé de framboesa da montanha crescendo despercebido, cheio de frutinhas verdes. Na próxima ida, já devo encontrá-las maduras.  Quando chego ao sítio, antes de entrar em casa corro pra ver as novidades, do que nasceu, do que cresceu, madurou. Dentro, novidades sobre a mesa, abacates, bananas,  amoras, ovos de galinha e de pata. No freezer, galinha caipira e litros de leite. Todos trazidos do sítio dos nossos caseiros Silvana e Carlos. 

Minha irmã e meu cunhado almoçaram com a gente no sábado e foram embora no fim da tarde. Antes disso, tivemos visita da leitora Júlia com o marido Marcos, filho deles, filho dele e neta da dona Maria que estava junto. A casa ficou cheia e alegre.  Passamos momentos gostosos de conversa na varanda, comendo bolo de fubá - não tinha erva-doce, coloquei folhas de funcho, que deu a ele um aspecto divertido. Suzana, minha irmã, apelidou-o de bolo peludo, para graça das crianças.  Dona Maria ensinou a usar folhas de mamão para tirar manchas de roupa - e no dia seguinte, lá estava eu fazendo sabão e testando folha de mamão na toalha suja. Funciona.  E inventei de testar contra pulgões. Funciona também . Depois falo disto.

No domingo acordei cedinho e vi pássaros novos que devem estar migrando pra lá nesta temporada. E descobri feliz que no laguinho já tem peixes grandes (talvez trazidos por pássaros?) que não se pareciam com tilápias, bons logo logo para serem comidos.  Um deles tem uma pinta redonda na lateral igual a um tucunaré. Que tipo será?  

Fernando, o vizinho, chega com o filho menino, cada um montado no seu cavalo, pelo lado oposto ao portão, saindo da floresta de eucaliptos em ligeiro estardalhaço para grande susto da cachorra, sendo que nós já nos acostumamos. Senta um pouco, proseia, ganha alface, toma água, fala dos escambos e dois partem, pocotó pocotó.  O dia se vai indo também.

Ainda colhi todas as ervilhas doces que já começavam a secar (aquelas que ganhei da Marisa Ono, que se plantam no outono), admirei a horta com os repolhos agora com cara repolhuda, verdinhos, apetitosos; as folhas de cebola, grossas e fartas; os tomateiros  saudáveis que perfumam quando esbarro sem querer - logo teremos tomates. Outros frutos se anunciam com vigor - pitanga, pêssego, manga, araçá vermelho, araçá branco, goiaba. As amoras e as cabeludinhas estão quase prontas pra comer.  E com tantas alfaces de toda cor colhi carurus/ bredos para fazer com polenta. Para compor o prato, ainda colhi abobrinhas com flores. E uma única berinjela que viajou pra São Paulo e já foi pra panela com o joelho de porco. 

Para os gatinhos, deixei comida pronta - desta vez, fígado com quirera, aveia e folhas de alface de todo tipo e de repolho super picadas. Como a nata se acumulava, fiz também manteiga. Fiz a feira de fim de tarde e voltamos pra casa desviando do gado na estrada de chão empoeirada, ladeada pelo por do sol vermelhando o céu, nos despedindo da corujinha que pousa no toco, ultrapassando charretes em Piracaia, carros na rodovia e pronto, cá estamos.

Claro, trouxe trabalho pra casa  - debulhar as ervilhas colhidas, fazer geleia com as amoras colhidas pelo Carlos e Silvana, achar usos para a cesta de verduras etc.

E, pra quem quiser conhecer Piracaia, nos dias 13 e 14 haverá a Feira da Lua. A associação Piracaia Orgânica estará lá vendendo produtos dos associados e também dando uma palestra no dia 14. Apareça. Veja o convite aqui.  

Ovos de galinha e de pata

A primeira berinjela 

Cebolas e alhos

Ervilhas doces

A primeira pitanga

Alfaces vermelhas - tenho dó de arrancar 

Ingredientes do molho para as fatias de polenta ao forno

Meio quilo de manteiga pronta, a partir do leite que compro dos caseiros


Tomateiros

Polenta com bredo


Buquês de repolho - estas folhas externas são deliciosas

Inveja da Maria

Testes de extermínio de pulgões a partir de folhas de mamão

Bolo de fubá peludo - com folhas de erva-doce

Biju de tudo quer saber. Hum... acho que vou gostar 
As últimas flores de ipê da temporada


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