Se tem uma coisa de que gosto quando viajo é poder entrar na casa das pessoas, visitar a cozinha, comer do que comem. Mais que visitar restaurantes (quase sempre decepcionantes).
Durante a viagem a Fortaleza tive a sorte de ser convidada duas vezes para esta experiência pelo Hermano José Maia Campos Filho, professor no curso de gastronomia da Universidade Federal do Ceará. Uma vez fui à casa de sua avó comer a tradicional galinhada familiar de terça-feira, no almoço. E, depois, comer tapioca em sua casa junto com Manoela, sua mulher, e a mãe, Adeliani, também professora na mesma universidade.
Da galinhada com frango caipira já me deram a receita, mas falo agora só da tapioca, um capítulo à parte. Em Fortaleza são tantas os recheios para tapioca que a gente se perde nas escolhas. No hotel havia uma tapioqueira que fazia na hora do jeito que a gente queria. Está certo que há recheios esdrúxulos como nutella etc, mas há outros que combinam, como carne de sol, queijo de coalho, banana etc. Escolhia sempre o mesmo recheio de coco fresco, que deixa a taipoca alva e molhadinha. Ou assim, ou com manteiga.
Há quem ache uma heresia macular a brancura da tapioca. Não tenho nada contra, desde que tenhamos sempre a opção de comer a tradicional também. O que não pode é desperdiçar o potencial da goma, limitando o ingrediente ao beiju de sempre, aprisionado numa fortaleza, sem trocadilhos. E o Hermano vai longe nas suas experiências. Gosta de misturar a goma (o polvilho ainda úmido ou hidratado se já foi seco) com temperos como pimentas, coentro, cebola, pedaços de queijo ou juntar ovos e queijo coalho ralado para que a massa fique como massa de pão de queijo, cozida em frigideira untada, juntando coberturas como pizza. Manuela aprova sempre e com razão. Estavam deliciosas. Principalmente por terem sido feitas com autoridade e independência por quem já domina a técnica e a forma tradicionais. Inventem à vontade e me chamem sempre, por favor.
Para acompanhar, teve ainda uma moqueca de banana deliciosa feita com manteiga da terra pela Adeliani (banana nanica + coentro + tomate + cebola roxa + pimentão + manteiga de garrafa + sal + colorau + água; tudo cozido junto por uns 20 minutos). E, para beber, cajuína e suco de banana, apelidada de "bananina", um suco límpido e dourado feito com a mesma técnica da cajuína. Coisa boa ter conhecido estes amigos cearenses que me conquistaram pelas gentilezas e me cativaram pelo estômago.
Durante a viagem a Fortaleza tive a sorte de ser convidada duas vezes para esta experiência pelo Hermano José Maia Campos Filho, professor no curso de gastronomia da Universidade Federal do Ceará. Uma vez fui à casa de sua avó comer a tradicional galinhada familiar de terça-feira, no almoço. E, depois, comer tapioca em sua casa junto com Manoela, sua mulher, e a mãe, Adeliani, também professora na mesma universidade.
Da galinhada com frango caipira já me deram a receita, mas falo agora só da tapioca, um capítulo à parte. Em Fortaleza são tantas os recheios para tapioca que a gente se perde nas escolhas. No hotel havia uma tapioqueira que fazia na hora do jeito que a gente queria. Está certo que há recheios esdrúxulos como nutella etc, mas há outros que combinam, como carne de sol, queijo de coalho, banana etc. Escolhia sempre o mesmo recheio de coco fresco, que deixa a taipoca alva e molhadinha. Ou assim, ou com manteiga.
Há quem ache uma heresia macular a brancura da tapioca. Não tenho nada contra, desde que tenhamos sempre a opção de comer a tradicional também. O que não pode é desperdiçar o potencial da goma, limitando o ingrediente ao beiju de sempre, aprisionado numa fortaleza, sem trocadilhos. E o Hermano vai longe nas suas experiências. Gosta de misturar a goma (o polvilho ainda úmido ou hidratado se já foi seco) com temperos como pimentas, coentro, cebola, pedaços de queijo ou juntar ovos e queijo coalho ralado para que a massa fique como massa de pão de queijo, cozida em frigideira untada, juntando coberturas como pizza. Manuela aprova sempre e com razão. Estavam deliciosas. Principalmente por terem sido feitas com autoridade e independência por quem já domina a técnica e a forma tradicionais. Inventem à vontade e me chamem sempre, por favor.
Para acompanhar, teve ainda uma moqueca de banana deliciosa feita com manteiga da terra pela Adeliani (banana nanica + coentro + tomate + cebola roxa + pimentão + manteiga de garrafa + sal + colorau + água; tudo cozido junto por uns 20 minutos). E, para beber, cajuína e suco de banana, apelidada de "bananina", um suco límpido e dourado feito com a mesma técnica da cajuína. Coisa boa ter conhecido estes amigos cearenses que me conquistaram pelas gentilezas e me cativaram pelo estômago.
Suco de banana ou "bananina", delicioso como uma bananada líquida |
Manoela adora as invenções do marido. Atrás, Adeliani, que fez moqueca de banana |
Com queijo e doce de leite |
Hermano fazendo o grande beiju-pizza |
Um pão de queijo assado na frigideira |
O grande beiju-pizza com cobertura de queijo |