Foto: Lúcia Guerra |
Foi um encontro simples, com poucas pessoas - eram só 20 vagas - e com tempo à vontade. E, o melhor, de graça. Conheci pessoalmente alguns leitores do Come-se, fiz novos amigos e, como previa, foi uma tarde gostosa. Tenho mil críticas a mim mesma, à dinâmica e o conteúdo da atividade etc, e sei que posso melhorar. Mas adoraria fazer mais disso, encontros pequenos com espaço para conversas, interações, tempo folgado. Os participantes ajudaram, se aproximaram, tiraram fotos, serviram, comeram, trocaram impressões e memórias de fogão e família. E até presentes ganhei. A leitora Luciana levou macadâmias e a Sarita, carás moelas roxo que também posaram para fotos.
Fizemos panquecas com carne moída e molho de tomate que minha mãe fazia. Uma coisa boba que tem lá suas técnicas, como a de não usar óleo na frigideira mesmo que não seja antiaderente e como fazer uma carne moída sequinha, para não danificar a massa. Claro, até acertar o calor do fogão elétrico de duas bocas, as primeiras panquecas foram sacrificadas, mas depois ele foi perfeito (o que mais precisamos para uma oficina de culinária além de um fogão de duas bocas e água por perto?). O único homem da turma depois fez questão de virar garçom e foi ele quem serviu as panquecas.
Uma das estrelas da oficina foi o antigo caderno de receitas da avó da minha amiga Veronika. Páginas amarelas cheias de memórias em formas de pingos de gemas, manchas de gordura, respingos de leite adoçado, contas do mercado nos espaços em branco, papeizinhos soltos com receitas da televisão em letra caprichada. A brincadeira era que tentassem ler as receitas, mas ninguém conseguiu. Não que a linda letra fosse ilegível, mas ninguém ali entendia húngaro.
Bem, só tenho a agradecer à impecável organização do Sesc Belenzinho, que teve à frente Aline Medeiros que cuidou de tudo com gentilezas e competência, e isto facilita muito a vida do convidado. Minha ajudante foi a amiga Lúcia Guerra, doutoranda em nutrição na USP, que conheci nas oficinas de Acrelândia, no Acre, num projeto da USP, e que também gosta de cozinhar. De modo que, com uma organização perfeita e uma ajudante graduada assim, não precisei me preocupar com nada além do que me propus a fazer. E ainda fotógrafos não faltaram. Além das fotos da Lúcia, tenho todas estas a seguir da Andréa, que me mandou depois. Agradecida estou a todos. E que atividade assim seja um exemplo a seguir.
Fotos a seguir: Andréa Notari