Este chutney feito pelo Fernando é tão bom, que ganhamos um vidro e comemos tudo, não restando nada para foto. É aquele que comi com o rolinho de taioba.
Fernando Goldenstein é nosso amigo e faz aikido com Marcos (o marido, que além de médico é devotado aikidoista faixa-preta). O bom do aikido é que todos do grupo gostam de cozinhar e/ou comer bem, inventar, se reunir. De vez em quando se reúnem aqui, na casa do Sensei ou do Fernando. O Fernando é divertido, gosta de pimentas, e vive se aventurando em experimentos, como ele chama tudo o que ainda não tem nome mas que está lá dentro do armário, sob o sol, rolhado, atarraxado ou coberto com panos a fermentar, borbulhar e às vezes estourar como bomba. Como minhas experiências, as dele às vezes dão errado e outras dão muito certo. Foi o caso do chutney, que ficou muito bom.
Jamais teria pensado em colocar a casca do maracujá, mas faz todo sentido, pois ela é comestível, neutra, macia, carnuda e, como o sabor da polpa é muito forte, a casca, como esponja, absorve um pouco, diluindo o maracujá ao mesmo tempo que dá volume ao preparo. Então, você faz um montão de chutney super saboroso sem gastar muito e sem ter a presença forte forte do maracujá. Além do maracujá, tem as carambolas, que estavam se perdendo no sítio dele. Os maracujás são de sua casa aqui em São Paulo mesmo e ele não para de colher. O último encontro da turma foi sob o maracujazeiro com frutos pendurados sobre a mesa, como verdes lanternas. Pena que eu estava viajando. Só Marcos foi.
Ele faz tudo de olho, sem receitas, não tem uma coisa, põe outra, mas como pedi para ele tentar reproduzir, fez tudo de novo, anotando. Veja aí o que ele diz: "Eu fiz de carambola e maracujá: Tirei a casca externa (amarela e dura) do maracujá e fervi, o cheiro é muito bom... e diferente. Misturei cebola em rodelas com vinagre, rapadura, gengibre ralado, polpa e a casca branca do maracujá e sal, deixei ferver para perder um pouco a força do vinagre. Coloquei a carambola, damasco e figos secos (os dois últimos para substituir a uva passa que não havia, então ficou esta versão mais chique, mas que no final cozinharam tanto que desapareceram) depois de uns 5 minutos. Que mais? Ah, as pimentas dedo de moça verdes também. Um pouco, eu cortei em pedaços pequenos, depois fiquei com medo de queimar a mão, e estava com preguiça também, então joguei elas inteiras, que no final é ótimo, pois fica bonito e quem gosta mais picante pega à parte (por fim, elas são fracas, tinha acabado de colher na horta e não experimentei, poderia ter colocado mais). Acho que foi só isso.Rendeu um monte, por conta da parte branca do maracujá. Eu tinha também graviola, mas ai ia ficar o chutney do criolo mais que doido, então me contive".
Chutney de maracujá e carambola. Receita do Fernando Goldeinstein (fotos a seguir, do próprio Fernando)
3 maracujás grandes
10 carambolas médias
1 xícara de damasco picado
1 xícara de figo seco picado (podem ser substituídos por outras frutas secas)
1 cebola grande
2 xícaras de rapadura ralada (ou açúcar mascavo)
1 xícara de vinagre de maçã
1 xícara de água para ferver a casca dura do maracujá
½ a 1 xícara de gengibre ralado (dependendo o quanto você gosta)
Pimentas dedo de moça (ou mais, dependendo do quanto você aguenta)
Sal (a gosto)
Fernando Goldenstein é nosso amigo e faz aikido com Marcos (o marido, que além de médico é devotado aikidoista faixa-preta). O bom do aikido é que todos do grupo gostam de cozinhar e/ou comer bem, inventar, se reunir. De vez em quando se reúnem aqui, na casa do Sensei ou do Fernando. O Fernando é divertido, gosta de pimentas, e vive se aventurando em experimentos, como ele chama tudo o que ainda não tem nome mas que está lá dentro do armário, sob o sol, rolhado, atarraxado ou coberto com panos a fermentar, borbulhar e às vezes estourar como bomba. Como minhas experiências, as dele às vezes dão errado e outras dão muito certo. Foi o caso do chutney, que ficou muito bom.
Jamais teria pensado em colocar a casca do maracujá, mas faz todo sentido, pois ela é comestível, neutra, macia, carnuda e, como o sabor da polpa é muito forte, a casca, como esponja, absorve um pouco, diluindo o maracujá ao mesmo tempo que dá volume ao preparo. Então, você faz um montão de chutney super saboroso sem gastar muito e sem ter a presença forte forte do maracujá. Além do maracujá, tem as carambolas, que estavam se perdendo no sítio dele. Os maracujás são de sua casa aqui em São Paulo mesmo e ele não para de colher. O último encontro da turma foi sob o maracujazeiro com frutos pendurados sobre a mesa, como verdes lanternas. Pena que eu estava viajando. Só Marcos foi.
Maracujá na casa do Fernando. Foto: Plínio Borges |
Chutney de maracujá e carambola. Receita do Fernando Goldeinstein (fotos a seguir, do próprio Fernando)
10 carambolas médias
1 xícara de damasco picado
1 xícara de figo seco picado (podem ser substituídos por outras frutas secas)
1 cebola grande
2 xícaras de rapadura ralada (ou açúcar mascavo)
1 xícara de vinagre de maçã
1 xícara de água para ferver a casca dura do maracujá
½ a 1 xícara de gengibre ralado (dependendo o quanto você gosta)
Pimentas dedo de moça (ou mais, dependendo do quanto você aguenta)
Sal (a gosto)
Descasque e ferva em água a casca dura do maracujá. Junte a cebola cortada em rodelas com vinagre, pimentas inteiras, rapadura, gengibre ralado, polpa e casca branca do maracujá, sal. Deixar ferver de 5 a 10 minutos até para perder um pouco a força do vinagre. Filtre e junte a água da casca do maracujá com a carambola, damasco e figos secos e cozinhar até ficar com consistência de chutney.